Publicado em: 10 fev 2016

Aposentado pelo INSS, José de Abreu quer emagrecer após novela

(Foto: João Miguel Junior/ TV Globo)

José de Abreu perdeu o fôlego quando João Emanuel Carneiro lhe disse, por telefone, que o Gibson de ‘A Regra do Jogo’ era o Pai da Facção. “Eu estava dirigindo e precisei parar o carro e respirar fundo”, conta o ator, que queria interpretar um personagem rico dessa vez. “Fiquei marcado pelo Nilo, de ‘Avenida Brasil’”,comenta ele, feliz por fazer “o primeiro grande vilão masculino do autor”. Contudo, assim que terminar a trama das 21h, Zé já tem destino certo: seu apartamento em Paris. “Lá, eu estudo francês, caminho muito. Perdi dez quilos na última vez. Me aposentei pelo INSS, quero trabalhar menos, sabe?.”

Você sabia, desde o início, que seria o Pai da Facção na novela?

Quando me chamaram para fazer a novela, eu não sabia. Amora (Mautner, diretora) falou de dois papéis, um de rico e outro de pobre. Eu achei que estava na hora de voltar a fazer um rico, porque fiquei muito marcado pelo Nilo, de ‘Avenida Brasil’. Fiz um cara com grana em ‘Joia Rara’, às 18h, mas o horário é pouco visto. Comecei a gravar e, um tempo depois, ela me deu o toque de que o Gibson não era bonzinho. O João (Emanuel Carneiro) me ligou duas semanas antes de ser revelada a identidade do Pai. Eu não esperava. Eu parei o carro e respirei fundo, vem muita maldade ainda por aí.

Gibson faz comentários destrutivos sobre os menos favorecidos que lembram muito os de Odete Roitman (Beatriz Segall, em ‘Vale Tudo’). O que você acha desses impropérios?

Não lembrava, mas é uma coisa recorrente. Os vilões milionários menosprezam os pobres. Uma frase que falei esses dias na novela: “Que estigma a minha família tem: todo mundo aqui gosta de baixa renda” (risos). Ele é um psicopata, acredita, discute e briga para defender seus pontos de vista. Eu tenho pena dos humoristas nesses tempos de politicamente correto…

Mas o seu personagem tem a “licença poética”, não é?

Mais ou menos. O Gibson desconfiava que o neto Cesário (Johnny Massaro) era gay. Então, ele dizia que o garoto era sensível quando, na verdade, a palavra que ele usaria seria afeminado. Eu estava em Paris na época do atentado à revista “Charlie Hebdo”, que é perto de casa. O Bataclan também fica a 100 metros do meu apartamento, mas este eu não presenciei, ainda bem. O humor deles não tem limite. E é aceito, enquanto aqui vivemos sob o politicamente correto. Na França, o desejo de liberdade é maior do que o de segurança.

Volta para Paris quando terminar a novela?

Sim, é uma proposta de vida. Eu me aposentei no INSS. Não quero trabalhar tanto. Já tenho outra novela para fazer, no segundo semestre, mas vou ficar lá até julho. Estudo muito francês, caminho muito. Isso baixou o meu colesterol, me fez perder 10 quilos. Não tem gordo na França. Come-se bem, mas em pouca quantidade. Anda-se muito de bicicleta. Aqui no Brasil, apesar da crise, também vive-se.

Você é um dos defensores mais engajados do PT. Como avalia o momento de crise?

Não tem sentido para mim ter o impeachment, juridicamente ou politicamente. É o quarto mandato do PT, então, as forças contra o partido cresceram. É difícil, enche o saco. Mas eu acho que a gente sai dessa. Existe o turismo, as praias, os gringos. A gente só não sabe ainda como receber bem quem vem de fora, mas vem crescendo isso.

 

 

 

Com Época



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