Aldeia Digital 2021: Painel Funesc abre evento sobre arte, ciência e direitos dos povos indígenas da Paraíba
“E índio tem smartphone?” Ora essa! Não só tem, como está em rede! Inĩ Pupé – em tupi-guarani – é “dentro da rede”! E é exatamente essa a ideia: da rede da aldeia para as redes do mundo! Entre 20 e 23 de abril, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) realiza o ‘Aldeia Digital 2021 – Inĩ Pupé: Arte, Ciência e Direitos dos Povos Indígenas da Paraíba’, com ações em torno de arte, ciência e direitos dos povos indígenas da Paraíba. Serão quatro dias de debates online, torés eletrônicos, artes virtuais e terabytes de encantamentos com representantes dos povos Tabajara, Potiguara, Kariri e Tapuya Tarairiú na Paraíba.
A programação do Aldeia Digital começa nesta terça-feira (20), a partir das 19h, com mais uma edição do ‘Painel Funesc’. O tema será “Corpo Território: a arte como espaço das lutas indígenas na Paraíba”. Os debatedores do encontro serão os representantes indígenas Comadre Guerreira, Mestre Tonhô, Jailson Potiguara, Cleiton Potiguara, Luan Potiguara e Juscelino Tabajara, que serão mediados por Mariana Uchôa, com transmissão ao vivo via YouTube (youtube.com/funescpbgov).
“Com esta programação, a Funesc reconhece na Paraíba a importância das novas gerações das nações indígenas originárias [Potiguara e Tabajara] empenhadas no resgate e reconstituição da ancestralidade, em nome de antepassados que lutaram incessantemente contra a exploração, a eliminação física e tentativas equivocadas de integração”, disse Walter Galvão, presidente da Funesc.
Ainda conforme Galvão, jovens indígenas cientistas sociais, educadores, assistentes sociais, entre outras frentes, atuam na preservação de territórios físicos e simbólicos abrindo caminhos para um protagonismo o qual o Governo do Estado, através de políticas públicas específicas, fortalece.
Esses quatro dias de evento online são comemorativos ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado nacionalmente em 19 de abril. O Aldeia Funesc é realizado através de uma parceria entre a Funesc e a Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, com idealização de Pedro Santos e execução de Mariana Uchôa e Iasypitã Potiguara. A programação acontecerá no canal da Funesc no YouTube, nas redes sociais da Fundação e também no programa Espaço Cultural (realizado pela Funesc na rádio tabajara FM).
Painel Funesc – São convidados deste encontro: Comadre Guerreira, moradora da Aldeia Lagoa do Mato, em Baía da Traição. É artesã, raizeira e liderança na Associação das Mulheres Guerreiras Indígenas Potiguaras (AMGIP). No dia 15 de abril, inaugurou a Oka da AMGIP com o valor do prêmio Dona Lenita, da Lei Aldir Blanc/Secult-PB, que reconhece os mestres e mestras das culturas populares e tradicionais.
Mestre Tonhô, artesão, luthier e tocador de bombo no Toré Potiguara, da Aldeia São Francisco, em Baía da Traição. Foi premiado com o edital Dona Lenita, da Lei Aldir Blanc/Secult-PB. O Toré Potiguara recebeu o Prêmio Lenira Rita da Lei Aldir Blanc/Secult-PB, que reconhece os grupos das culturas populares e tradicionais.
Jailson Potiguara, tocador de gaita no Toré Potiguara, da Aldeia São Francisco, e Cleiton Potiguara, tocador de bombo no Toré Potiguara, integrante da Aldeia Alto do Tambá, Baía da Traição. Ambos receberam, através do Toré Potiguara, o Prêmio Lenira Rita da Lei Aldir Blanc/Secult-PB, que reconhece os grupos das culturas populares e tradicionais.
Luan Potiguara, professor de Etnohistória e Química, ativista, escritor e vereador, residente da Aldeia Monte-Mor, em Rio Tinto. Milita no movimento indígena regional desde os 18 anos e, há cerca de sete, participa de diversos eventos nacionais sobre políticas públicas para os povos indígenas. Ocupou o cargo de secretário municipal de Assuntos Indígenas, Meio Ambiente e Turismo da cidade de Rio Tinto, posteriormente foi eleito vereador do mesmo município, cargo que ocupa hoje. É membro da Academia de Letras, Ciências e Artes do Vale do Mamanguape.
Juscelino Tabajara, morador da Aldeia Barra de Gramame, Conde. É artesão, ativista, agricultor, pescador, mestrando em Antropologia pela UFPB e ativista do movimento indígena Tabajara do Litoral Sul da Paraíba.
A mediadora Mariana Uchôa é afro-indígena, historiadora, artista, ativista e produtora cultural e apresentadora na Funesc. É licenciada em História (UFPB – Universidad de Granada) e pós-graduada em Terapias Holísticas, além de co-fundadora da Rede CSA Parahyba, comunidade de pessoas na cidade que se auto-organizam, cultivando a economia solidária com agricultores familiares.
O ‘Painel Funesc’ estreou no dia 14 de julho de 2020 e, desde então, já foram realizados diversos encontros virtuais, semanalmente. A proposta do projeto é levar ao público discussões sobre diferentes linguagens artísticas, além de assuntos relacionados à produção cultural e à cena paraibana. Os encontros acontecem sempre às terças-feiras.
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