Agevisa/PB destaca alerta do Instituto Nacional do Câncer para relação entre tabagismo e Covid-19
Neste domingo (31 de maio) celebra-se o Dia Mundial sem Tabaco. A data foi instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar as pessoas sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. No Brasil, a divulgação da data é de responsabilidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O tema definido para a campanha de 2020 é: “Tabagismo e Coronavírus”, segundo ressaltou a diretora-geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária da Paraíba, Jória Viana Guerreiro, na edição de quinta-feira (28) do informativo radiofônico Momento Agevisa (veiculado dentro da programação do Jornal Estadual da Rádio Tabajara – AM-1110 e FM-105.5).
A escolha do tema, conforme Jória Guerreiro, foi motivada pela importância de chamar a atenção, não somente para os danos causados pelo consumo de produtos derivados do fumo à saúde dos fumantes e dos não fumantes e ao meio ambiente, mas também para o fato de que a exposição às milhares de substâncias tóxicas presentes na fumaça de tais produtos aumenta os riscos de contrair a Covid-19, além de provocar o agravamento do quadro de saúde das pessoas acometidas pelo coronavírus.
Nota Técnica do Inca – No âmbito da Agevisa/PB, as ações de conscientização e combate ao tabagismo são de responsabilidade da Diretoria Técnica de Ciência e Tecnologia Médica e Correlatos. Neste 31 de maio de 2020, a diretora-técnica Helena Teixeira de Lima Barbosa destaca como muito importante a elaboração e divulgação, pelo Inca, de Nota Técnica detalhando a relação maléfica do fumo com o coronavírus. O documento está disponível em https://www.inca.gov.br/publicacoes/notas-tecnicas/nota-tecnica-dia-mundial-sem-tabaco-2020-tabagismo-e-coronavirus-covid-19.
Considerando que o coronavírus causa infecção respiratória, e que “na fase mais crítica da Covid-19 (causada pelo vírus) há um grave comprometimento da função respiratória que pode levar ao óbito”, conforme descrito na Nota Técnica, o Inca destacou o tabagismo no mesmo nível pandêmico atribuído ao novo vírus que, “até 11 de maio, já havia atingido mais de quatro milhões e 98 mil pessoas, provocando um total de 283.271 mortes” em todo o mundo.
“Também considerado uma pandemia, o tabagismo, segundo o Instituto Nacional do Câncer, causa mais de oito milhões de mortes por ano no mundo (incluindo fumantes ativos e passivos). No Brasil, estima-se que 438 pessoas morrem por dia em decorrência do uso de produtos derivados do fumo. Ainda conforme o Inca, o tabagismo tem papel de destaque no agravamento da crise do coronavírus, já que pode ser considerado um fator de risco para as formas mais graves da Covid-19”, comentou a diretora de Ciência e Tecnologia Médica da Agevisa/PB.
Maior vulnerabilidade à Covid-19 – Helena Lima destacou trecho da Nota Técnica do Inca segundo o qual “os fumantes parecem ser mais vulneráveis à infecção pelo novo coronavírus porque o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca”.
Segundo o instituto, o uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça (como narguilé – ou cachimbo d’água – e cigarros eletrônicos, por exemplo) pode facilitar a transmissão do novo coronavírus entre seus usuários e para a comunidade, além de causar diferentes tipos de inflamação e prejudicar os mecanismos de defesa do organismo.
Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos, e são acometidos com maior frequência de doenças como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose. Por isso, o Inca diz ser possível afirmar que o tabagismo é fator de risco para a Covid-19, além de funcionar como agravante da doença devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar.
Complicações aumentadas – Com maiores chances de desenvolver sintomas graves da Covid-19, os fumantes (ativos e passivos) têm aumentado o risco de complicações de dezenas de enfermidades, dentre as quais doenças cardiovasculares isquêmicas, infarto do miocárdio, derrame cerebral, problemas respiratórios (bronquite e enfisema) e diversos tipos de câncer.
Segundo o Inca, diversas pesquisas identificaram que entre os pacientes com pneumonia por Covid-19, as chances de progressão para formas mais graves da doença, com insuficiência respiratória e morte, foram significativamente maiores em fumantes do que entre não fumantes. Tal ocorrência é atribuída ao fato de que, “em geral, os fumantes já apresentam doenças pulmonares ou capacidade respiratória reduzida, além de complicações cardiovasculares relacionadas ao tabagismo”.
Outra possível explicação, segundo o Inca, seria o impacto nocivo que as substâncias tóxicas da fumaça dos produtos derivados do fumo ocasionam no sistema imunológico dos fumantes, tornando-os mais suscetíveis a desenvolverem infecções virais, bacterianas e por fungos.
Fumantes passivos – Pessoas que não fumam, mas moram ou convivem com pessoas que fumam, também sofrem agressões pulmonares que as tornam mais vulneráveis a infecções respiratórias e, possivelmente, às complicações da Covid-19.Devido ao distanciamento social, o tempo passado dentro de casa aumentou significativamente. Por isso, é importante lembrar que quem fuma em casa faz com que seus companheiros, filhos, demais familiares e até mesmo animais também fumem, tornando-os fumantes passivos e comprometendo a saúde de todos.
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