Aécio: ‘a sociedade paga a conta da incompetência e da inoperância do governo’
O anúncio do pacote de medidas fiscais para tentar reverter o déficit do Orçamento previsto para 2016 provocou a reação imediata da oposição nesta segunda-feira. Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), adversário da presidente Dilma Rousseff nas últimas eleições, os cortes anunciados são resultado da “irresponsabilidade” do governo. “A sociedade brasileira é, mais uma vez, requisitada a pagar a conta da incompetência e da inoperância de um governo que nos levou a uma situação de gravíssima crise fiscal”, avaliou o tucano, por meio de nota.
Aécio criticou ainda a falta de mudanças estruturais e de cortes mais significativos nas despesas obrigatórias. “Não é aceitável o aumento do imposto de renda sobre ganho de capital, não para melhorar o sistema tributário, mas apenas para crescer a receita, e a volta da CPMF, o famoso imposto sobre transações financeiras que a sociedade já tinha se mostrado contra na sua última tentativa de renovação, em 2007”, disse. “O governo do PT quer da sociedade um cheque em branco. Pede um voto de confiança quando continuamente não cumpre o que promete”, acrescentou o presidente nacional do PSDB.
Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que são mínimas as chances de essas propostas passarem. “É necessário ter uma certa credibilidade para propor um aumento de tributos para o país. Mas o governo não tem essa credibilidade e nem tem mais essa base sólida na Câmara. Não passa”, afirmou. “O que a presidente Dilma pretende é fazer com que os brasileiros sejam os fiadores do déficit pelo qual ela é a principal responsável, mas não quer pagar a conta, cortando na própria carne. Infelizmente, estamos diante de um governo sem palavra, que faz o contrário do que promete”, acrescentou o tucano.
Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP) disse esperar que a presidente Dilma entregue o cargo. “Esperava que ela saísse, pedisse o chapéu e fosse embora. Seria o melhor para o Brasil”, afirmou.
Emendas – O governo também deve encontrar resistência, e não apenas na oposição, em proposta que direciona o investimento dos recursos das emendas parlamentares, dinheiro que deputados e senadores têm direito a injetar em suas bases eleitorais. A ideia é que parte das emendas substitua o rombo na saúde e nas obras do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC).
Para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a medida é inconstitucional e ficará nas mãos da “vontade” do parlamentar. “O governo quer direcionar as emendas para as despesas que eles querem [compensar]”, disse o peemedebista.
Com Veja
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