Publicado em: 23 nov 2015

Condenado na Lava Jato, mensaleiro Pedro Corrêa perde direito ao semiaberto

O ex-deputado federal Pedro Corrêa, suspeito de envolvimento no esquema de fraudes em contratos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato chega ao IML de Curitiba, para realizar exame de corpo de delito - 13/04/2015

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-deputado Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP), perca o direito ao regime semiaberto que cumpria por ter sido condenado a sete anos e dois meses no julgamento do mensalão. Corrêa tinha direito a trabalhar como médico enquanto cumpria pena, mas foi novamente preso por ordem do juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, e agora novamente condenado a mais de 20 anos de prisão por participar do escândalo do petrolão.

Na prática, a regressão de regime dificultará que Pedro Corrêa consiga de volta benefícios, como o trabalho externo. É que, ainda que em tribunais superiores de Brasília o ex-deputado consiga um habeas corpus para recorrer em liberdade contra a sentença imposta por Sergio Moro, ele deverá continuar preso porque foi penalizado com a regressão de regime no caso do mensalão. Pedro Corrêa também começou a depor em negociações para um acordo de delação premiada, e a regressão ao regime fechado deve ser um complicador na definição de eventuais vantagens judiciais na Lava Jato. É que conforme a Lei 12.850/2013, em caso de delação firmada depois da sentença, a pena poderia ser reduzida até a metade ou admitida a progressão de regime.

Na decisão de Barroso sobre o ex-deputado pepista, o magistrado considerou que ele deveria perder o benefício do regime semiaberto por ter cometido um crime doloso no curso da execução penal. Há um mês o juiz federal Sergio Moro condenou Pedro Corrêa a 20 anos, sete meses e dez dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a acusação, Corrêa embolsou 11,7 milhões de reais em propina. Em apenas uma das 72 práticas de corrupção penalizadas pela Justiça, o ex-parlamentar recebeu 2,03 milhões de reais. Na sentença, Moro determinou o confisco criminal dos bens do ex-deputado, até que ele reponha aos cofres da Petrobras o valor de 11,7 milhões de reais. Pedro Corrêa foi descrito pelo Ministério Público como “um dos responsáveis pela distribuição interna do PP”, sendo que ele próprio embolsou propina para si e para a filha, a ex-deputada Aline Corrêa.

Mensalão – No processo do mensalão, Pedro Corrêa admitiu ter recebido 700.000 reais do PT, mas alegou que os recursos não eram propina, e sim dinheiro para pagar honorários a um advogado que defendeu o ex-deputado Ronivon Santiago.

Com Veja



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