Dividido, congresso do PMDB tem manifestos pela saída de Dilma e pró-governo
O congresso nacional da Fundação Ulysses Guimarães, vinculada ao PMDB, começou na manhã desta terça-feira em Brasília (DF) com manifestações favoráveis ao impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, e também contra o documento que prega reformas econômicas diferentes das colocadas em prática pelo PT.
Ainda sem a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, coube ao ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco, presidente da fundação, aplacar ânimos e ressalvar que o congresso será um espaço de debate. Moreira Franco afirmou que o documento “Uma ponte para o futuro” é apenas inicial e será debatido nas bases do partido. O debate será coordenado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). Já o deputado federal Baleia Rossi (PMDB-SP) comandará a discussão sobre reformas no estatuto peemedebista.
O deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou que a aliança com o PT é “um problema” e defendeu abertamente o impeachment da presidente da República. Em longo prazo, ele propôs que o estatuto partidário pregue a adoção de um sistema parlamentarista.
“Essa aliança está sendo um problema, vocês querem continuar juntos? Vocês querem esse modelo baseado em consumo interno? Querem aliança com países bolivarianos? Não acredito. Estamos à beira de uma depressão”, disse Perondi. “Se não houver essa mudança em três, quatro, cinco meses, só vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com o sistema que lá está no Palácio do Planalto? A solução agora para a crise é o afastamento da presidente Dilma por impeachment.”
O primeiro a criticar as posições defendidas pela fundação foi o senador Roberto Requião (PMDB-PR), um dos maiores defensores da aliança com o PT e da presidente Dilma Rousseff e que tem um irmão empregado como conselheiro de Itaipu Binacional. “O tal ‘salto para o futuro’ é uma coisa submissa a uma política global de dominação. É a precarização do Estado, do Congresso e do trabalho. Esse é um documento pior que as piores posições do Levy e do PSDB. Não seria assinado nem pelo Levy nem pelo Fernando Henrique Cardoso”, disse Requião, sob vaias e aplausos.
Requião também rejeitou as mudanças estatutárias que tendem a centralizar o poder na cúpula do partido, às vésperas das eleições municipais de 2016. Uma das propostas é que as intervenções em diretórios estaduais e municipais possam sempre ser suspensas pelo Diretório Nacional, por meio de recurso, ainda que decididas por unanimidade. “Pretendem transformar o Diretório Nacional num principado, anulando de forma absoluta a democracia interna e o aspecto federativo nos Estados”, disse Requião.
Com Veja
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