Publicado em: 29 nov 2013

Deputado denuncia que a transposição do São Francisco avançou apenas 1%

20131128191629_610x610A Assembleia Legislativa da Paraíba tem sido a casa de ressonância de todas as disputas políticas da Paraíba. Por isso, os deputados brigam muito e produzem pouca coisa de relevância em favor da sociedade.

Às vezes, até produzem ações positivas e pronunciamentos relevantes. Mas as brigas políticas são tão intensas e costumeiras que as boas ações se diluem no baixo nível da troca de acusações.

Resgate-se, porém, uma das poucas falas relevantes pronunciadas em meio a tantos confrontos registrados nos últimos dias.

Faça-se justiça ao deputado Francisco de Assis Quintans (DEM), que não se cansa de defender ações em favor da região castigada pela seca e do Nordeste em geral.

Coerente, a transposição de águas do Rio São Francisco para o chamado Nordeste setentrional, por exemplo, uma obra que pode garantir segurança hídrica para cerca de 12 milhões de pessoas, não sai da pauta de Quintans.

Uma revelação de Quintans, nesta quinta-feira, é tão escandalosamente forte que merecia manchete nos principais órgãos de comunicação do país e reprodução ampliada por políticos, lideranças sociais e jornalistas da Paraíba. Mas, não. O assunto está passado quase despercebido.

E qual a revelação escandalosamente forte feita por Quintans?

É a de que estudos feitos por técnicos que acompanham as obras da transposição do São Francisco constataram que a obra avançou apenas 1% em um ano, no último ano. Na verdade, as obras estão praticamente paralisadas há quase dois anos.

Tem-se, então, que depois das eleições de 2010, as obras da transposição não saíram do lugar. Uma vergonha para o governo e para os políticos nordestinos, que estão calados diante de desprezo tão retumbante.

Pior é que, no período mencionado, bem ou mal, as obras para a realização da Copa do Mundo avançaram. Já são quase R$ 22 bilhões de recursos investidos. Só as obras dos estádios de futebol estão consumindo cerca de R$ 9 bilhões, inclusive com R$ 1 bilhão a mais do que o orçamento inicial.

Lastime-se profundamente o abandonado da transposição e condene-se a acomodação e a alienação dos políticos nordestinos diante do fato. Lamente-se ainda que as brigas por picuinha política ocupem todas as atenções de deputados da Paraíba e ganhem a repercussão da imprensa paraibana. É por causa dessa triste inversão de valores que o Nordeste e a Paraíba não se dão ao respeito e são tão atrasados.

 

 Josival Pereira




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