Evangélicos divulgam manifesto pela saída de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara
Um grupo de lideranças evangélicas, entre pastores, pastoras, bispos, bispas e crentes de diversas igrejas, divulgaram nesta quarta-feira (28/10) um manifesto pedindo a saída do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara dos Deputados.
O manifesto, que está disponível na internet para que evangélicos de todo o país o assinem, seria protocolado hoje na Câmara dos Deputados. Segundo o documento, “as ações do Deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados e que se identifica como evangélico, merecem repúdio”: “As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública.”
O texto salienta a diversidade da comunidade evangélica no Brasil e refuta a “homogeneização dessa pluralidade” e a tentativa de representantes políticos de se apresentarem como a “voz dos evangélicos”. Os assinantes do documento lembram o compromisso com “a ética, a verdade e a justiça” e se posicionam a favor da imediata saída do deputado da Presidência da Câmara.
Leia a íntegra do manifesto a seguir:
Nós, abaixo assinados, representantes e membros de segmentos e de movimentos evangélicos identificados com um Brasil justo e democrático, e numa iniciativa apartidária, manifestamos, juntamente com outros setores da sociedade civil, nossa preocupação com o atual momento da sociedade brasileira, marcado por uma aguda crise política.
Esse quadro se traduz nos conflitos institucionais entre os poderes da República, resultado também de um modelo de governabilidade frágil, que precisa ser revisto através de uma profunda Reforma Política. Como agravante e, ao mesmo tempo, endêmica a esse modelo, a corrupção corrói a confiança na democracia brasileira, deixando a população perplexa com as práticas ilícitas de gestores e de representantes, em diferentes instâncias, de todos os três poderes.
Nesse contexto, as ações do Deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados e que se identifica como evangélico, merecem repúdio. As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública.
A comunidade evangélica brasileira é diversa tanto em suas tradições e práticas religiosas quanto ideológica e politicamente. Há, nos últimos anos, uma forte tendência, a partir da crescente visibilidade política de lideranças eleitas em diferentes níveis, de homogeneizar essa pluralidade e apresentá-la como se tais representantes fossem a voz dos evangélicos. Nós nos opomos enfaticamente a isto. E afirmamos que, frente a casos como o que protagoniza o atual presidente da Câmara dos Deputados, a corrupção não é a marca distintiva da política para os evangélicos. Ela é a marca de certa “safra” de representantes. Mas os evangélicos não somos assim e não podemos mais deixar que nos identifiquem como tal.
Sendo assim, como evangélicos que prezam a ética, a verdade e a justiça, concordamos quanto à insustentabilidade da permanência do Deputado Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados e posicionamo-nos a favor de sua imediata SAÍDA.
27 de outubro de 2015, Semana da Reforma Protestante, 498 anos
Com Opera Mundi
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