Dilma versus Cunha: ‘Meu governo não está envolvido em corrupção’, diz a presidente
A guerra retórica entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ganhou nesta terça-feira um novo capítulo. De Helsinque, na Finlândia, Dilma rebateu as declarações dadas pelo peemedebista na tarde de segunda, quando Cunha lamentou “que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”. Ignorando que em sua administração a Polícia Federal desarticulou um esquema de corrupção sem precedentes no país, que sangrou os cofres da Petrobras e serviu para abastecer o bolso e o caixa de campanha de políticos que davam sustentação a seu governo e ao de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, a petista afirmou nesta manhã que seu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção.
Instada a comentar a frase de Cunha durante entrevista coletiva após encontro com o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, nesta terça, Dilma afirmou que não falaria sobre caso, mas disse: “Meu governo não está envolvido em nenhum esquema de corrupção. Não é meu governo que está sendo acusado”. A afirmação faz referência à denúncia apresentada contra o presidente da Câmara pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
A fala do peemedebista na segunda foi uma resposta à entrevista concedida por Dilma no domingo, quando, indagada sobre a repercussão internacional do escândalo de corrupção envolvendo o presidente da Câmara, repetiu, três vezes, lamentar que o caso “seja com um brasileiro”. Cunha copiou a frase de Dilma, mas jogou no colo do governo o escândalo de desvio de cifras bilionárias.
Sobre os pedidos de impeachment apresentados na Câmara, Dilma disse que seu governo não será inviabilizado pela “ação da oposição”. “Acredito que o objetivo da oposição é inviabilizar a ação do governo. A ação do governo não vai ser inviabilizada pela oposição, faça ela quantos pedidos de impeachment fizer” afirmou a petista.
Na avaliação de parlamentares, a declaração de Dilma no domingo pode aumentar o desgaste entre o governo e o Congresso num momento em que se discute o impeachment da petista, muito embora tenha sido estudada a hipótese de um acordão entre Cunha e o Planalto para que ambos se ajudem a salvar os mandatos.
Com Veja
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