Publicado em: 28 nov 2013

Áudio mostra falha do 190 no atendimento a atriz assassinada

21_19_54_776_fileO áudio do pedido de socorro da atriz Cecília Bizzotto, morta dentro de casa durante um assalto em outubro do ano passado em Belo Horizonte, mostra o despreparo dos atendentes do 190, o serviço de emergência da Polícia Militar.

A gravação registra o diálogo entre a atriz e o operador, que pergunta de qual endereço está sendo feita a ligação. Cecília, que foi rendida por três bandidos ao chegar na residência, responde em voz baixa. O atendente pede para ela repetir diversas vezes o nome da rua e o número da casa.

Em seguida, é possível ouvir a atriz sendo agredida e baleada pelos assaltantes. Cecília, o irmão e a cunhada foram abordados por três homens no bairro Santa Lúcia, região centro-sul da capital mineira.

Pouco mais de um ano após o assalto que terminou com a morte da atriz um detalhe na ligação intriga os parentes da vítima e a própria polícia. O atendente parece não perceber a gravidade do que aconteceu. Mesmo depois do tiro que matou a atriz, o rapaz do outro lado da linha ainda tenta falar com a vítima.

O coordenador do policiamento, tenente coronel Marcos Vinícius, confirma que o atendimento está sendo analisado pela Corregedoria da Polícia Militar.

— Nessa situação a cidadã apenas repassou o local, o endereço. O nosso telefonista, com base nesse local, já tinha criado a chamada e ela foi diretamente para o despacho de viatura para atender a ocorrência.

Tecnologia ultrapassada

Para o especialista em segurança pública Severo Augusto, a tecnologia usada nas chamadas via 190 é ultrapassada.

— Hoje nós temos mecanismos que na hora que a pessoa liga o celular ou tira o telefone do gancho já aparece no sistema o endereço, bairro, quem mora naquela residência e, por incrível que pareça, até o histórico das ocorrências que ali já foram atendidas.

Ainda segundo o especialista, nada evitaria a morte de Cecília, já que ela estava ao lado de assaltantes armados e dispostos a tudo. A atitude do atendente, no entanto, é uma prova de que os funcionários que recebem as ligações precisam estar mais preparados.

— Ocorrência de polícia você tem que imediatamente se colocar no lugar da pessoa que está ligando e tentar perceber até no fundo de cada telefonema o que está acontecendo.




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