Publicado em: 16 set 2015

Betty Lago e Maria Júlia Coutinho são homenageadas em premiação no Rio

A noite desta terça-feira (15) foi de muita emoção na terceira edição do “Prêmio Rio Sem Preconceito”, que aconteceu em um teatro no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. A premiação foi apresentada por Marcelo Tas e Glória Maria e tem como objetivo destacar nomes públicos que lutam contra a discriminação e pelos direitos humanos. O troféu, criado pela Coordenadoria da Diversidade Sexual, comandada pelo estilista e ativista Carlos Tufveson, homenageou Betty Lago, que morreu no último domingo (13) vítima de câncer, a jornalista Maria Julia Coutinho, que sofreu racismo de internautas, além de Nathalia Timberg, que interpretou uma senhora homossexual na novela “Babilônia”, e Thammy Miranda, que lançou recentemente sua biografia contando sobre sua transsexualização.

Um vídeo com depoimentos de Betty Lago foi exibido durante a cerimônia. A atriz e ex-modelo, que também foi homenageada pelo “Fantástico”, tinha participado recentemente de uma campanha sobre a diversidade sexual e a luta contra o preconceito. “A Betty Lago, nossa colega lá no GNT, ela estava ali se maquiando…guerreira. Se foi e não queria que ninguém ficasse triste. Tenho certeza que ela iria amar estar na festa de hoje”, disse Marcelo Tas, emocionado.

No vídeo, Betty falou sobre a questão da homofobia e da educação: “Nunca me meto em política e nem faço campanha de nada, mas essa é uma campanha importante. é muito triste ver as pessoas assassinadas porque elas tem gostos sexuais que não correspondem a um determinado grupo de pessoas. O preconceito diz respeito a todos nós”, declarou Betty, na ocasião em que foram gravadas as imagens.

Maju é ovacionada pelo público e agradece: ‘Sim à tolerância, à paz e à gentileza’

No momento de chamar Maria Júlia Coutinho, a Maju do “Jornal Nacional”, ao palco, Glória Maria, que saiu em defesa da jornalista a respeito dos comentários preconceituosos, se emocionou: “Esperei 30 anos por esse momento. Ela foi a primeira jornalista negra a ser a garota do tempo do JN. Quando vi Maria Júlia Coutinho falei: ‘Caramba, que lindo’, quase chorei de emoção. Não esperava aquela negra linda, talentosa, competente fazendo tudo o que sonhei. Uma negra brilhando no JN, não importa que se passaram tantos anos, mas que ela estava lá. Mas o tempo fechou no dia 3 de julho quando ela foi alvo de ofensas racistas gerando revolta nas redes sociais”, discursou Glória.

“A hashtag ‘Somos todos Maju’ foi usada por milhares de pessoas em reação espontânea de carinho, de afeto, um onda que se opôs à onda racista e esse incidente ocorreu exatamente no dia do combate à discriminação racial”, acrescentou Tas. “Maju reagiu de forma firme, elegante e sincera aos ataques e se tornou um dos símbolos contra o racismo no Brasil. Tenho a honra, o orgulho e a felicidade de chamar Maju ao palco”, anunciou Glória.

Ovacionada, a garota do tempo do principal noticiário da Globo subiu ao palco. “Obrigada. Fiquei emocionada com meu segundo encontro com a Glória. Há uns três anos ela foi a São Paulo como uma das palestrantes sobre mulheres no mundo e eu estava trabalhando no jornalismo local da Globo, me apresentei e nunca me esqueci do que ela falou: ‘Lute, sempre lute’. Aquilo foi muito forte e, como milhares de pessoas, ela também saiu em minha defesa”, comentou Maju.

“Tenho dito, quando me perguntam sobre o prêmio, que gentileza gera gentileza e esse prêmio é uma fonte de gentileza num mundo que insiste em nos mostrar sua face mais hostil. Me lembro daquela música do Lulu Santos, ‘eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não’… Que tenhamos mais habilidade para dizer sim à tolerância, à paz e à gentileza. Obrigada”, encerrou Maju, saindo sob aplausos do público.

 

Com informações de Purepeople



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