Publicado em: 4 set 2015

‘Cortamos tudo o que poderia ser cortado’, diz Dilma sobre Orçamento

A presidente Dilma Rousseff em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta sexta-feira que o governo gastará melhor os recursos públicos e ressaltou que discutirá novas fontes de receitas para obter um orçamento equilibrado. Em entrevista a rádios da Paraíba, onde cumpre agenda nesta sexta, Dilma disse que o governo não quer ficar com déficit no orçamento e vai trabalhar nesse sentido. A declaração acontece quatro dias depois de o governo ter enviado ao Congresso a proposta de Orçamento para o próximo ano com previsão de déficit primário de 30,5 bilhões de reais. Em uma sinalização clara à necessidade de obter receitas, a presidente também chegou a afirmar que o governo cortou tudo o que podia ser cortado na proposta orçamentária.

“Se a gente quer um orçamento equilibrado, preservar as políticas, teremos que tomar algumas medidas. Uma, por parte do próprio governo, nós vamos enxugar mais gastos, vamos olhar se o que estamos pagando está chegando às pessoas que a lei manda que chegue. Enfim, vamos melhorar a qualidade do nosso gasto”, disse.

A presidente disse que o ‘Orçamento negativo’ mostra que o governo optou por “um caminho de transparência e verdade”. “Poderíamos mandar receitas de tributos junto, mas não mandamos porque preferimos deixar que o Congresso possa debater o problema da queda nas receitas”, disse.

Dilma voltou a dizer, sem entrar em detalhes, que sua gestão está discutindo novas fontes de receitas: “Temos de discutir novas fontes de receita. Não queremos ficar com o déficit, queremos discutir as receitas necessárias para não ter déficit.” E destacou: “Vamos discutir com o Congresso e sociedade, mas não vamos transferir a responsabilidade para ninguém, vamos indicar de onde virá a receita.”

A presidente também citou que o governo não cortou programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida e o Mais o Médicos: “Quando você passa por dificuldades é preciso preservar, porque quando a dificuldade passar, você vai poder avançar”. A presidente ainda considerou os gastos sociais como essenciais e considerou um retrocesso a redução dos investimentos nesse setor.

Questionada sobre a atual relação do governo com o Congresso, que aprovou medidas que aumentam as despesas em um ano de crise, Dilma disse que a relação é “respeitosa e construtiva”, mas ressaltou que as leis precisam contemplar sempre a estabilidade macroeconômica do país.

Com agência Reuters



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