Projeções da dívida bruta têm ‘rombo’ de mais de R$ 200 bilhões
O governo terá que contar com receitas não recorrentes – basicamente com a venda de ativos – de mais de 200 bilhões de reais em 2016 e 2017 para que a projeção da dívida bruta anunciada na quarta-feira fosse alcançada. É o que estimam os economistas Vilma da Conceição Pinto e Lívio Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). Nesse sentido, uma venda de ativos desse porte provavelmente exigiria um robusto programa de privatização combinado com uma maciça venda de reservas internacionais.
Para chegar nesse número, os economistas combinaram previsões oficiais do Ibre, do Focus e hipóteses que arbitraram (e que não são oficiais do Ibre). Eles frisam que não fizeram nenhum cenário oficial, mas apenas testaram hipóteses razoáveis para ter a sensibilidade dos parâmetros implícitos nas projeções do governo.
Neste cenário, o PIB cai 2,2% e 0,1% em 2015 e 2016, e sobe 1% e 1,5% em 2017 e 2018. A Selic de final de ano em 2015, 2016, 2017 e 2018 é de, respectivamente, 14,5%, 12%, 11% e 11%. Já o IPCA nos quatro anos consecutivos é de 9%, 5,4%, 4,6% e 4,5%.
Com essas projeções, a dívida bruta atinge 69,6% do PIB em 2018. Para que chegasse aos 65,6% projetados pelo governo, as receitas não recorrentes teriam de ser de 1,9% do PIB em 2016 e 2017 – em termos absolutos, de respectivamente 117,8 bilhões de reias e 124,4 bilhões de reais, num total de 241,4 bilhões de reais.
A conclusão é que os números do governo não fecham a não ser com um colossal programa de venda de ativos, cuja factibilidade política, no caso das privatizações, ou de equilíbrio macroeconômico, no caso da venda de reservas, é muito discutível.
Com Veja
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