Publicado em: 23 jul 2015

‘O problema é bem maior’, disse Pessoa sobre doações à campanha de Dilma

DIRETO DA PRISÃO - O empresário Ricardo Pessoa chega à Polícia Federal: ele escreveu a carta um dia depois do Natal

Há um mês reportagem de VEJA detalhou o depoimento prestado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, em acordo de delação premiada, à força-tarefa da Operação Lava Jato. Entre as informações demolidoras repassadas por ele está a de que foi com a verba desviada da Petrobras que a UTC doou dinheiro para as campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2014. E mais: o empreiteiro delatou as somas que entregou aos donos do poder, segundo ele, mediante achaques e chantagens. Pessoa afirmou que foi pressionado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro de Comunicação Social, a doar 10 milhões de reais. Acabou repassando somente 7,5 milhões porque foi preso antes de completar o montante pedido. Reportagem desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulorevela o conteúdo de uma mensagem de celular em que o empreiteiro trata da doação à campanha de Dilma. “O problema é bem maior”, escreveu Pessoa sobre o repasse.

A mensagem foi enviada em 29 de julho do ano passado ao ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro. Segundo o o jornal, o empreiteiro revelou a pessoas próximas que o “problema” citado na mensagem é a diferença entre o valor que ele pretendia doar (5 milhões de reis) e o que o ministro-tesoureiro solicitou. “Estive com Edinho. A pessoa que você tem que ligar é Manoel Araujo [hoje chefe de gabinete do petista]. Acertado 2,5 dia 5/8 (até) e 2,5 até 30/8. Ligue para ele que está esperando. O problema é bem maior. Me de resposta. Edinho já passou os dados. Abs”, escreveu Pessoa na mensagem a “WP” – referência a Walmir Pinheiro.

Documentos entregues pelo empresário mostram que foram feitos dois depósitos de 2,5 milhões de reais cada um, em 5 e 30 de agosto de 2014. Depois dos pagamentos, Sobrinho acertou com o empreiteiro o repasse de outros 5 milhões para o caixa eleitoral de Dilma. Pessoa entregou metade do valor pedido e se comprometeu a pagar a parcela restante depois das eleições. Não cumpriu o prometido porque foi preso antes.

Com Veja



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