SÉRIE A: paraibano destaque do Brasileirão já jogou em 10 times e lembra da época de desempregado
Há quase dez anos, Renato Cajá estava desempregado e corria pelas praças de Mogi Mirim (SP) para manter a forma a espera de um novo clube. Hoje, aos 30, o meia é perseguido pelos concorrentes da Ponte Preta, que faz uma boa campanha em seu retorno à elite do futebol brasileiro.
O camisa 10 da equipe de Campinas já fez belos gols e teve seu nome especulado em vários times do país, como Corinthians, Cruzeiro e São Paulo. De acordo com o meia, as negociações não avançaram porque os clubes não quiseram pagar a multa rescisória de R$ 3 milhões para Ponte Preta.
Agora, mesmo que um clube da Série A pague o valor, não poderá mais contratá-lo. Diante do Goiás, no último dia 14, o jogador completou o seu sétimo jogo pela equipe de Campinas no Nacional e não pode mais se transferir para um concorrente.
Isso não significa que Cajá sinta-se frustrado. Ele diz viver “um momento especial na carreira”. É o maestro do time dentro de campo. Participou de nove dos 13 gols marcados até o momento pelo clube no torneio.
Quatro gols foram dele, o que o coloca na vice-artilharia da competição -está atrás de Ricardo Oliveira, do Santos. Destes, três estão entre os mais bonitos da competição, mas um é considerado por ele o mais especial.
“O gol contra a Chapecoense foi o mais bonito. O Pablo rebateu, o Borges dividiu com o zagueiro e peguei a bola um pouco à frente do meio de campo e acertei um chute perfeito. Foi muito bonito”, descreveu Cajá.
Tímido e caseiro fora das quatro linhas, o meia teve a primeira oportunidade na carreira em 1998, quando foi aprovado em um teste no Vitória. Assim como a maioria das crianças e adolescentes que sonham em ser jogador, ele sentiu saudades dos familiares e retornou à Cajazeiras, cidade do interior da Paraíba.
Dois anos depois, foi aprovado pelo Mogi Mirim, onde permaneceu por cinco temporadas. Foram altos e baixos, até ficar desempregado. Nesse período, foi convencido por Pio, ex-atacante do Palmeiras, a aceitar uma proposta da Ferroviária para disputar a Série A-3 do Paulista.
“Ele foi um anjo de Deus na minha vida por me levar para a Ferroviária. Consegui aparecer e meu futebol cresceu. De desempregado, fui eleito duas vezes o melhor do interior de São Paulo e minha carreira deu um salto”, relembrou o meia, que se transferiu na sequência para o Juventude antes de chegar na Ponte Preta.
Cajá, que está em sua terceira passagem pelo clube, viveu os melhores momentos do time de Campinas nos últimos anos. Foi vice-campeão paulista em 2008 e participou dos acessos para a Série A em 2011 e 2013. Só não esteve no vice-campeonato da Copa Sul-Americana-2013.
“Tenho uma relação muito boa com a torcida da Ponte Preta. É como se eu fosse da casa. Tive momentos difíceis aqui, momentos que os caras queriam que eu fosse embora no outro dia, mas me aguentaram e viram que eu tenho qualidade”, disse ele, que tem contrato com a equipe até o final do ano.
No Brasil, o meia jogou também no Botafogo, no Vitória e no Grêmio, onde não teve um bom momento. Ele também tentou a sorte no Al-Ittihad, da Árabia Saudita, Guangzhou Evergrande, da China, Kashima Antlers, do Japão, e Bursaspor, da Turquia.
“Fui bem em alguns clubes, mas não fui feliz no Grêmio. Foram seis meses e é como seu eu não tivesse jogado. Na China foi outro lugar triste que passei. Fui campeão, mas sai sem fazer gol”, citou.
No melhor momento da carreira, Cajá mantém os pés no chão, mas almeja ser o melhor jogador da sua posição no Brasileiro. “Quero me manter bem e em alto nível e, por que não ser um dos melhores do Brasil? Estou em um grande clube e tenho qualidade para isso. Busco sempre ser o melhor onde eu coloco a planta do meu pé”, completou o camisa 10 da Ponte Preta.
Redação com Folha Online
Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter