Publicado em: 17 jun 2015

Emerson Sheik volta ao Fla pensando em novos títulos: ‘Não vim a passeio’

O atacante Emerson Sheik enfim foi apresentado como novo reforço do Flamengo na manhã desta quarta-feira, em cerimônia realizada na Gávea. Antes de conceder entrevista à imprensa, ele foi apresentado pelo vice-presidente Walter D’Agostinho e pelo diretor executivo Rodrigo Caetano e vestiu a camisa 11. Após demora na chegada do documento de rescisão com o Corinthians, o atacante ficou livre para assinar contrato até o fim do ano com o Rubro-Negro. A expectativa é que ele possa estar em campo já neste sábado, quando o Fla enfrenta o Atlético-MG, às 16h30, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.

Na entrevista, Emerson falou sobre sua identificação com o Flamengo, a motivação de conquistar novos títulos, a possibilidade de encerrar a carreira no clube e ainda comentou a amizade com o também reforço rubro-negro, Guerrero.

– Tive sondagens de outros clubes, mas essa foi uma decisão que não foi difícil de ser tomada. Sempre foi um desejo meu voltar ao clube que amo desde criança. Ao clube que tive a certeza desse carinho, amor e paixão. Estou convicto de que fiz a escolha certa. Quero agradecer ao sócio-torcedor, à diretoria do Flamengo, pelo esforço que fizeram para eu estar aqui hoje. Obrigado – disse o jogador.

Sheik foi apresentado pelo vice-presidente Walter D’Agostinho, que lhe entregou a camisa 11 do Flamengo e destacou o que chamou de “DNA rubro-negro”.

– Emerson agora tem um novo nome. Agora ele se chama amor, paixão, orgulho, e é tudo o que ele mostrou ter pelo esporte. Agora chama-se raça, amor e paixão. Ele vai vestir a pele rubro-negra, e essa é a condição ideal para todos os jogadores que vestem essa camisa. É fundamental para quem passa a viver o fluxo desse sangue de raça, amor e paixão nesses 120 anos que começam a ser comemorados hoje. Já era para estar aqui há muito tempo, já esteve e mostrou o que tem. Em outros clubes, não deixou de cantar canções com mensagens do nosso clube. Ele não se envergonha disso, está no DNA dele. Ele com certeza já nasceu com o DNA rubro-negro. Essa nova vitória começa hoje. Hoje, se inicia nova fase da vida do Flamengo com o Emerson Sheik – disse o vice do Fla.

Emerson lembrou o episódio em que foi pego cantando uma música da torcida rubro-negra (Bonde do Mengão sem feio) enquanto vestia a camisa do Fluminense e reiterou sua motivação por voltar a defender o Rubro-Negro.

– Agora, vou poder cantar a música à vontade, não vai ter como chegarem aqui e me mandarem embora. Tenho respeito grande por todos os clubes que passei: Botafogo, Fluminense, Corinthians. Nesses clubes dei meu melhor, fiz amizades, que vale muito no futebol. Tive carinho e respeito do torcedor de cada clube que passei, mas sempre deixei claro o desejo de vestir a camisa do clube novamente. Pelo carinho e identificação com o clube e o torcedor flamenguista. Quando o Corinthians decidiu não renovar meu contrato, o primeiro clube que veio à cabeça foi o Flamengo. Quero deixar meu agradecimento aos outros clubes que vieram atrás. Fiz questão de ligar para todos os diretores, mas não poderia deixar passar essa oportunidade. Um clube que, aos 36 anos, vai me deixar muito motivado para jogar futebol.

Questionado sobre se pensa em encerrar a carreira no Flamengo, o novo 11 da Gávea, cujo contrato termina no dia 31 de dezembro, disse que este é sim um objetivo e, aos 36 anos, volta pensando em títulos.

– Tenho pouco mais de seis meses para convencer esses caras. Vou sempre dar meu melhor, minha carreira é pautada por vitórias. Não estou aqui para passear, vim pensando grande, em conquistas – garantiu.

Sheik já fez sua primeira atividade no Ninho do Urubu na manhã de terça. O jogador pediu à diretoria para treinar e, assim, manter a forma física, e foi atendido. A ideia dele é já estar à disposição do técnico Cristóvão Borges. Emerson deve treinar junto do grupo principal na tarde desta quarta, em atividade marcada para 15h30.

Aos 36 anos, Sheik retorna ao clube que o projetou nacionalmente. Famoso no Japão e no mundo árabe, ele chegou ao Brasil como um desconhecido no início de 2009 para jogar no Flamengo, mas surpreendeu e ganhou bastante destaque. No clube da Gávea, participou da conquista do Carioca e do Brasileirão daquele ano. Saiu na metade do torneio nacional, transferindo-se para o Al Ain, dos Emirados Árabes. Ainda passou por Fluminense, Botafogo e Corinthians, onde ficou por mais tempo e conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes, antes de voltar ao Fla.

Sheik apresentação Flamengo (Foto: Fred Gomes)
Na volta ao Fla, Sheik vestirá a camisa 11 novamente (Foto: Fred Gomes)

Confira mais trechos da entrevista coletiva de Emerson:

Mudança do desconhecido para o Sheik de hoje

– Como pessoa e ser humano, continuo o mesmo. Lado profissional mudou, cheguei como desconhecido e não tinha conquistado nada. Seis anos depois, tenho Paulista, Carioca, três Brasileiros, Mundial, Libertadores… A responsabilidade é diferente e a pressão é diferente. O torcedor entende quando ele se dedica. Quero deixar a impressão de vestir a camisa, de dar o meu melhor. São momentos diferentes. Cheguei como desconhecido e mudei.

Guerreiro

– É meu amigão. Difícil é entender, ele fala tudo errado (risos). A gente tem um carinho e um respeito muito grande um pelo outro. E certamente aqui vai acontecer, porque a amizade existe entre nós dois.

Tentativa de voltar

Saí contra o Cruzeiro, lembro perfeitamente, o torcedor pedia para que eu não fosse, que ficasse. Fui para o mundo árabe e desde que voltei, ainda no início de 2010, todas as negociações que tive foi com o Flamengo em primeiro lugar. Por uma série de motivos, não aconteceu e fui muito feliz nos clubes em que pude jogar. Mas o desejo era sempre estar no Flamengo. E hoje, com 36 anos, estou voltando para o lugar que de fato talvez não deveria sair. Posso estar sendo injusto com Botafogo, Corinthians. Queria muito estar aqui e hoje feliz estou. E ninguém vai mudar isso. 

Corpinho de 25

– Tenho 36, mas com corpinho de 25 (risos). Sou muito privilegiado, sou muito elogiado pelos preparadores. Não vejo problema. Parceria que deu certo no Corinthians, teve a conquista do Mundial e outras grandes partidas que fizemos juntos. A expectativa é que possamos sonhar com conquistas como tivemos no Corinthians.

Possibilidade de renovar

– Tenho pouco mais de seis meses para convencer esses caras, vou dar sempre meu melhor, porque é característica minha. Minha carreira é marcada por vitórias, conquistas. Eu certamente não estou aqui para passear. Vim aqui pensando grande. O torcedor flamenguista precisa muito de um título importante. Espero que essa sorte que dizem que tenho com conquistas possa vir comigo e trazer um título ao Flamengo.

Volta aos gramados

– Venho acompanhando os jogos a fim de conhecer o grupo, características, porque não vinha acompanhando os jogos. Os treinamentos vão mostrar muito mais do que palavras. É iniciar os treinamentos, ver como o Cristóvão vai querer armar sua equipe. Importante é pensar em grupo. Meu pensamento inicial é retomar rapidamente os treinos com o grupo e depois vemos outras coisas.

 

Sorte ou trabalho?

– O Flamengo precisa de todos. Cada um contribuindo da maneira que pode. Sou um jogador que não gosta muito da sorte. Eu trabalho. O resultado é o trabalho. Eu não acredito muito na sorte, mas se vocês colocam dessa maneira, eu sou um cara que nos jogos decisivos tenho essa sorte. Ninguém ganha jogo sozinho, seria mais um mais a dizer “Ahhh… futebol é um esporte coletivo”. Mas é.

CBF

Naquele momento, no Botafogo, entendi que um atleta com a minha personalidade, não necessariamente eu, deveria falar. E eu tomei a decisão de falar, porque naquele momento entendi que alguma coisa estava errada. Diante dos últimos acontecimentos, me acho muito pequenininho para comentar alguma coisa. A coisa é muito maior do que eu imaginava. Deixa para os capacitados falarem alguma coisa. Eu estou fora!

Qualquer número

Na primeira passagem, joguei com a 11. No Corinthians, eu fui pouco feliz com a 11, né? Não tive preocupação em nenhum momento de escolher a camisa. Rodrigo botou algumas opções, e ele já sabia da camisa que eu gosto de usar. Porém essa camisa já tinha dono, então não falei da 10 e da 11, nem número nenhum. Posso te afirmar uma coisa. Para vestir essa camisa, não precisa de número. Pode ser o número 1000. O importante é estar vestindo.

Com Globoesporte




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