Publicado em: 5 jun 2015

PF investiga desvio de quase R$ 500 mil do Ministério da Agricultura

A Polícia Federal acusa o ex-superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) e mais três pessoas de desviar R$ 456.181,84 do órgão. O esquema está detalhado no inquérito da Operação Semilla. As informações são da Rádio Gaúcha.

Conforme as investigações, Francisco Signor e os demais indiciados em abril desviaram essa quantia entre 2014 e o início de 2015 de contratos com a empresa Ícone Viagens e Eventos.

Os policiais chegaram a essa conclusão após analisarem uma série de interceptações telefônicas e troca de e-mails, todos autorizados pela Justiça Federal. Os valores desviados eram depositados na conta da empresa Delta Compensados, que pertence a um dos indiciados. A quantia era depois dividida entre os participantes do esquema. Uma planilha com os valores também consta no inquérito.

— Em relação à empresa Ícone, entendemos que Francisco Signor possui o domínio de tudo, solicita os eventos, autoriza os pagamentos, e comanda todo, e recebe seus valores, depois de passarem pela conta da empresa Delta Compensados, em dinheiro vivo — afirmam os investigadores no inquérito.

Em relação aos demais indiciados por corrupção, os policiais afirmam que tinham boletos bancários, IPVA, entre outros, pagos com o dinheiro desviado.  Até mesmo o evento da abertura da Colheita do Arroz Orgânico, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, é citado no inquérito, onde o então superintendente do Ministério da Agricultura “menciona expressamente o nome da empresa Ícone, e a armação que estaria construindo para o pagamento de tão altas importâncias, cuja parcela, bastante significativa, seria embolsada pelo grupo”, afirma a Polícia Federal no inquérito.

Ministério da Agricultura exonera superintendente no RS

O advogado de Signor, José Antônio Paganella Boschi, garante que não há desvio por parte dele.

— Não há nada que a polícia possa apurar que tenha qualquer envolvimento espúrio do meu cliente com a empresa Ícone ou com qualquer outra empresa que tenha prestado serviço para o Ministério da Agricultura. Na realidade, eu volto a insistir, o sr. Francisco está sendo na verdade vítima de um conflito que se instalou dentro do Ministério e ele acabou sendo tirado do cargo e no lugar dele hoje estão técnicos do Ministério — afirma Paganella.

A presidente do Sindicato dos Fiscais Agropecuários no Rio Grande do Sul, Consuelo Garrastazu Paixão Cortes, admite que a categoria estava querendo a troca do superintendente, mas justifica.

— Ele vinha exigindo que os fiscais colocassem o lugar onde iríamos fiscalizar, o nome das empresas. Algumas empresas também a gente notava que ao chegar para fazer a fiscalização, elas já tinha sido avisadas que iriam ser fiscalizadas — destaca a dirigente sindical.

A Polícia Federal não especifica se o desvio ocorria do dinheiro para pela Ícone ao Ministério da Agricultura ou se a e empresa também tinha participação no esquema. Procurada, a empresa ainda não retornou à Rádio Gaúcha.

Francisco Signor foi indiciado por corrupção passiva e ativa, associação criminosa e violação de sigilo funcional.

Portal do Litoral PB

Com Zero Hora



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