Publicado em: 20 maio 2015

Corte no orçamento será necessário para ajustar contas públicas, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff sinalizou que o contingenciamento do Orçamento deste ano, que será anunciado no próximo dia 22, não será excessivo como está sendo esperado, no entanto, será no “tamanho necessário”.

“Faremos o contingenciamento necessário. Ele tem que expressar a situação fiscal e vocês podem ter certeza que ele não será nem flexível demais no sentido, nem frágil demais, mas para garantir que as contas públicas entrem nos eixos”, disse a presidente nessa terça-feira (19/05), logo após a cerimônia de assinatura de 35 atos entre o Brasil e China durante a visita oficial do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

De acordo com a presidente, o encontro trouxe uma série de iniciativas novas entre os dois países e a principalmente, investimentos em ferrovias como a Transoceânica, que ligará o Brasil ao Peru e o acordo entre os três países será assinado também pelo governo peruano quando Li for a Lima durante a turnê que começou ontem pelo Brasil. “Essa ferrovia é estratégica para o Brasil”, disse Dilma.

A chefe do Executivo também destacou que o acordo para a criação do fundo de US$ 50 bilhões entre o Industrial and Commercial Development Corporation (ICDC) e a Caixa Econômica Federal para investimentos em projetos em infraestrutura e o compromisso para a criação de um fundo bilateral entre os governos da China e do Brasil serão importantes para ampliar os investimentos no país. “A parte chinesa promete colocar US$ 30 bilhões e estamos avaliando qual a quantia que iremos colocar, mas não precisa ser igual. Ele será importante para termos um potencial de alavancagem muito grande”, afirmou ela citando que haverá outros projetos de cooperação entre os dois países em áreas como estaleiros, telefonia 4G e em agricultura.

A presidente destacou que o acordo para a liberação das exportações de carne bovina do Brasil para a China é um importante passo para aumentar o comércio entre os dois países. Segundo ela, oito frigoríficos estarão credenciados e há outros nove na fila. “É importante esse acordo sanitário, porque cria-se uma nova forma de relacionamento nessa questão entre os governos dos dois países”, afirmou.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Brasil deverá ter 26 frigoríficos habilitados a exportar para a China até junho deste ano, o que pode representar cerca de US$ 520 milhões em vendas para o país oriental. Do total de plantas habilitadas, nove frigoríficos (oito de bovinos e um de aves) tiveram a habilitação oficializada hoje, junto com a assinatura do fim do embargo da China à carne brasileira.

Acordos
A lista de atos assinados chegou a 35, sendo que o principal acordo assinado entre Dilma e Li foi o Plano de Ação Conjunta entre os dois governos. A expectativa do governo brasileiro é atrair US$ 53,3 bilhões de investimentos chineses ao país. A presidente avisou que, em 2016 irá para a China com o objetivo de estreitar ainda mais a cooperação bilateral. O premier chinês destacou que os investimentos chineses no países somaram US$ 27 bilhões com os termos assinados hoje.

O Banco de Exportações e Importações da China (Cexim) e a Petrobras assinaram dois acordos quadro de cooperação para financiamento de projetos , que somados chegam a US$ 7 bilhões. O Cexim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram um acordo-quadro de financiamento para a venda de até 40 aeronaves da Embraer para os chineses. De acordo com nota do banco, serão 40 aviões E-195 para o grupo chinês Hainan, dono na Taijin Airlines, no valor de US$ 1,2 bilhão. A Embraer anunciou confirmação da venda de 22 jatos para a Tiajin, sendo 20 E-195 e dois E-190, no valor de US$ 1,1 bilhão. Em julho de 2014, durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, o compromisso era de venda de 60 aviões da Embraer.

Com 180 Graus



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