Publicado em: 4 maio 2015

União e briga por posições: os segredos da evolução da ginástica masculina

Angelo Assumpção nem estava escalado para disputar a etapa do Brasil da Copa do Mundo de ginástica. Mas Arthur Nory sentiu dores no joelho. Coube então ao ginasta de apenas 18 anos substituir o colega na equipe principal em seu primeiro torneio internacional em casa. O que esperar de um reserva tão jovem que recebe uma responsabilidade tão grande de última hora? O garoto deu a resposta em grande estilo. O atleta do Pinheiros não só ganhou ouro no salto como desbancou o veterano Diego Hypólito, 28, medalha de bronze.

Para muitos, uma surpresa. Na ginástica masculina, no entanto, elas têm sido casa vez mais comuns. Hoje, o Brasil tem um grupo de ginastas capazes de competir em alto nível, e a disputa entre eles esta cada vez mais acirrada.

Esse ambiente de concorrência e a convivência das atletas na seleção feminina já foi combustível para intrigas que ajudaram a jogar para baixo o então carro-chefe da ginástica brasileira. Mas entre os homens, a briga pelas medalhas parece ser o motor de um crescimento que pôde ser visto na Copa do Mundo no ginásio do Ibiraquera, no último fim de semana.

O ginastas estavam sempre juntos, se ajudando, ressaltando os feitos dos colegas e elogiando a nova concorrência. Angelo sonhava em estar ao lado de Diego, ter talento dele. Superado pelo jovem atleta na prova do salto, o veterano disse na área de entrevistas que o dia era de festejar o caçulinha da seleção, e cedeu seu lugar ao novato. Uma maturidade traduzida nos resultados: seis medalhas. Além de Angelo, o Brasil ainda teve outras duas surpresas: Francisco Barreto, em terceiro lugar nas paralelas, e Henrique Flores, prata nas argolas. Arthur Zanetti ainda confirmou seu favoritismo e ganhou o ouro nas argolas, e Diego foi prata no solo.

Nos últimos anos, enquanto os cartolas voltavam suas atenções para a ginástica feminina, discutiam a manutenção ou não da seleção permanente e a dependência do técnico Oleg Ostapenko, os ginastas masculinos faziam seu trabalho de formiguinha. Zanetti, por exemplo, contava com o pai para fabricar as argolas de seus treinos e teve de reclamar muito das condições em São Caetano para conseguir um ginásio de alto nível. Diego Hypólito e outros ginastas ficaram sem patrocínio quando o Flamengo fechou sua equipe.

Hoje, além das estruturas de seus clubes, todos podem usufruir de um ginásio de primeiro mundo no Rio de Janeiro. Se esse legado olímpico puder mesmo ser usado pelos atletas nos próximos anos, será um salto de qualidade na estrutura de preparação dos brasileiros. Resta esperar que o rumo da seleção masculina não seja perdido como aconteceu com o time feminino. Os meninos já estão fazendo a parte deles.

Portal do Litoral PB

Com Esporte Fino



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