Governo cria perfis falsos em aplicativos para combater a Aids
O Ministério da Saúde criou cinco perfis falsos que serão usados em aplicativos de paquera como parte de uma campanha para ajudar na prevenção à Aids neste carnaval. A estratégia estará nos apps Tinder e Hornet, que promovem encontros casuais, para alertar a população sobre a importância do sexo seguro.
Em conversas com usuários, a ideia é que esse perfis se identifiquem como pessoas em busca de sexo sem camisinha. Durante o papo online, serão divulgadas mensagens sobre a importância da prevenção e sexo seguro.
A campanha foi divulgada nesta segunda-feira (9) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, na quadra da escola de samba Mangueira e contou com a presença da cantora Preta Gil.
Segundo pesquisa do ministério, 46% da população sexualmente ativa na região Sudeste não fez uso do preservativo em todas as relações sexuais com parceiros casuais no último ano.
campanha (Foto: Janaína Carvalho / G1)
Ainda segundo a pasta, houve um crescimento significativo de pessoas que relataram ter tido mais de 10 parceiros sexuais na vida. Esse percentual subiu de 18%, em 2004, para 26% em 2008, chegando a 49% no ano de 2013, o maior percentual dentre todas as regiões brasileiras.
“O que mais preocupa são os jovens de 15 a 24 anos que assumiram uma prática sexual desprotegida apesar de saber quais são os riscos. Noventa e quatro por cento sabem que para prevenir a Aids é preciso usar camisinha, mas 46% admitem fazer sexo sem preservativo com parceiro casual”, afirmou o ministro Arthur Chioro, ressaltando que esses dados evidenciam a importância de adotar outras estratégias além do uso do preservativo.
Campanha tem apoio da Preta Gil
A campanha conta com o apoio da cantora Preta Gil, que enfatizou que a nova geração perdeu o hábito do uso da camisinha.
“A juventude deixou de usar a camisinha, isso é muito assustador. A gente tem que voltar com essa campanha fortemente. Sou de uma geração que perdeu muitos ídolos e muitos amigos para a Aids. Essa geração foi beneficiada pelo avanço da tecnologia na área da saúde, que realmente fez com que a Aids tivesse um avanço muito grande no tratamento. A gente tem que comemorar, claro, mas temos que alertar porque agora eles estão vivendo como se não houvesse uma epidemia de aids”, afirmou a cantora, ressaltando que a doença cresceu entre os jovens.
Para o ministro Chioro, o aplicativo é fundamental para atingir os jovens. “Precisamos atingir o público jovem, tanto o heterossexual como homossexual, e chegar numa linguagem direta, informativa e esclarecedora, que convoque os adolescentes e jovens a fazer sexo com segurança. Com respeito aos seus parceiros e, ao mesmo tempo, usando a camisinha”, afirmou o ministro.
Teste em 30 minutos
Atualmente, além dos postos que realizam o teste convencional de detecção de HIV, o ministério disponibiliza locais onde a população pode realizar um exame que analisa o fluido oral da gengiva e dá o resultado em 30 minutos.
“Não precisa ir no laboratório coletar sangue. É bem mais fácil e é confiável, pois o percentual de segurança é superior a 99%. É uma evolução muito grande”, afirmou Ivan Monsores, 26 anos, que realizou o teste para detectar o HIV duas vezes e durante o evento fez o teste oral pela primeira vez.
Até hoje, 14 mil pessoas realizaram o teste oral. Dessas, 43% nunca tinham realizado outro teste para detectar a doença antes. Das 14 mil, 381 tiveram resultado positivo para a infecção do HIV. A campanha também defende – em caso de exames positivos – o início imediato do tratamento e não apenas quando os sintomas aparecem.
Ao todo, serão espalhados 129 mil cartazes em quatro versões, segmentados para a população jovem, travesti e jovem gay. Displays com camisinhas serão instalados em aeroportos como o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e de outras cidades como Salvador e Recife. No Rio, o Ministério da saúde distribuirá 3 milhões de camisinhas no carnaval.
Portal do Litoral PB
Com G1
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