Ministério Público da Paraíba e CRM apuram fechamento de UTI pediátrica no Trauma
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e o Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) realizaram nesta terça-feira (15) uma visita ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa com o objetivo de averiguar denúncias sobre o fechamento da unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica da unidade hospitalar. Durante a visita o MPPB e CRM-PB constataram a desativação da UTI.
Com o fechamento do setor, pelo menos, cinco leitos destinados ao cuidado intensivo de crianças vítimas de traumatismos, ou outros quadros de saúde que necessitem de assistência ventilatória contínua e cuidados de maior complexidade, deixam de ser disponibilizados na capital. O déficit de leitos de UTI pediátrica na Paraíba preocupa profissionais e vem sendo discutido desde 2012.
De acordo com o CRM-PB, o conselho recebeu uma denúncia enviada por vários profissionais médicos, que informavam sobre a desativação dos leitos da UTI pediátrica e de como a medida comprometeria o andamento e a qualidade do atendimento prestado às crianças com a necessidade de cuidados intensivos.
“Dois motivos nos preocupam muito, o primeiro deles é a carência muito grande de leitos de UTI pediátrica que já existe no estado e o segundo diz respeito a situação difícil e perigosa em que ficam os profissionais que trabalham lá, pois diante de um paciente grave, eles não dispõem dos leitos no hospital e o paciente vai precisar ser removido, o que é perigoso e põe em risco a vida desse paciente grave”, explicou João Alberto.
Ainda segundo o médico, o relatório da visita realizada na unidade está sendo finalizado e o Ministério Público deu um prazo para que a direção do Trauma explique os motivos do fechamento do setor, também há a possibilidade do órgão mover uma ação civil pública visando a reabertura da UTI pediátrica da unidade hospitalar.
O representante do CRM-PB explicou ainda que o hospital alegou falta de escala médica para justificar o fechamento do setor, devido a impossibilidade de manter profissionais contratados em regime de cooperativa, no entanto, outras medidas para providenciar a escala médica não teriam sido tomadas, e a direção do hospital decidiu desativar a UTI, segundo o médico.
“Não é problema do conselho se os médicos que estavam na escala eram de cooperativa ou não, a falta da escala médica leva a uma série de coisas, mas o hospital deveria ter providenciado a escala, não pode simplesmente desativar a UTI”, explicou João Alberto.
Em nota enviada à imprensa, a direção do hospital afirma que ‘todos os leitos pediátricos da unidade estão em pleno funcionamento’, em seguida diz que crianças que necessitam de atendimento intensivo são estabilizadas na unidade e encaminhadas para outros hospitais.
Veja íntegra da nota divulgada pelo Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa:
A direção do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena esclarece que todos os leitos pediátricos cadastrados no Sistema Único de Saúde – SUS estão em pleno funcionamento, e que toda criança que necessitar de tratamento intensivo é em primeiro momento estabilizado no próprio Hospital de Trauma, e logo após encaminhada para os hospitais de referência em pediatria da Capital, de acordo com o protocolo de pactuação estabelecido pela Secretária de Saúde do Estado e do Governo. No caso de João Pessoa, os Hospitais do Valentina e o Complexo Pediátrico Arlinda Marques.
A direção informa ainda que o hospital atende todos os casos de Emergência e Trauma envolvendo crianças, para isso conta com escala permanente de dois pediatras de plantão, 24 horas por dia, todos os dias da semana.
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Com G1PB
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