Morre mulher que teve cabeça raspada e foi espancada brutalmente por traficante
IMAGENS FORTES
O espancamento que resultou na morte de Keity Azeredo da Silva, de 21 anos, foi visto por milhares de pessoas. Ela é a mulher que aparece num vídeo de tortura compartilhado na internet há duas semanas. A identificação foi feita pela Divisão de Homicídios, que encerrou nesta quarta-feira o inquérito sobre o assassinato com a prisão do traficante Gabriel Souza dos Santos, o Maradona, na terça-feira.
— O que se vê no vídeo é apenas parte da tortura. Ela continuou apanhando e morreu de traumatismo craniano. Keity namorou um rapaz de uma facção rival à do Morro da Dita (Rio do Ouro, em São Gonçalo) e a ordem partiu de um presídio em Bangu — explicou o delegado Wellington Vieira.
Moradora da Dita, ela foi espancada na Favela da Linha, entre 3 e 4 de fevereiro. Antes, teve o cabelo raspado. Ela não resistiu e morreu no Hospital Geral Alberto Torres, no Colubandê, no dia 5 do mesmo mês.
O espancamento foi ordenado por Alex Pereira, o Drill, da cadeia. Um menor e Marcos Vinícius de Campos, o Sombra, foram capturados antes de Maradona, que chefiava o bando.
Filmagem de castigos é comum na região
Traficantes do Jóquei e Rio do Ouro, em São Gonçalo, estão sendo investigados por sessões de tortura. As vítimas seriam membros de facções rivais e até delatores. As cenas de violência são filmadas e os vídeos, disseminados na internet. No caso de Keity, a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República chegou a pedir agilidade na apuração do caso.
No dia 19, um menor do Jóquei foi apreendido, no Morro da Dita, e reconhecido como agressor de um rapaz, vítima de uma das torturas filmadas. O jovem aparece sendo espancado e ameaçado com uma pistola.
Tortura no Faz Quem Quer também resultou em morte
Em setembro, Rayssa Christine Machado de Carvalho Sarpi, de 18 anos, morreu após ser torturada por traficantes no Morro Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. Na época, os bandidos também fizeram um vídeo, de cerca de três minutos, raspando o cabelo da jovem. Rayssa foi liberada com vida, mas acabou morrendo seis dias depois de ter alta do Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
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