Publicado em: 11 nov 2014

Polícia cerca fazenda para concluir despejo em Mogeiro, e posseiros resistem

Fazenda Paraíso, mogeiro (1)(1) IMG_1353

Mais de cem homens da Polícia Militar cercaram a fazenda Paraíso, em Mogeiro, desde as primeiras horas e hoje, para tentar concluir despejo que teve início da semana passada e não foi concluído porque os posseiros que estão na área resistiram.

“Existia a promessa do juiz que expediu a ordem de despejo, de que hoje seria realizada uma reunião entre Incra, proprietário das terras, Comissão Pastoral a Terra, e trabalhadores para tentar um acordo.Mas, o que estamos vendo é que nada foi cumprido e a situação é preocupante, uma vez que os trabalhadores irão resistir ao despejo e irá haver confronto com a polícia”, alertou o deputado.

Na quinta-feira da semana passada, durante a ação de reintegração de posse, dois tratores destruíram várias casas de taipa, plantações de macaxeira, milho, hortaliças e vários outros produtos orgânicos e diversas outras culturas.

O deputado estadual Frei Anastácio (PT) disse que foi formada mais uma praça de guerra na fazenda. “Mais de cem policiais do pelotão de choque que dispararam bombas de efeitos moral, usaram spray de pimenta e bala de borracha contra os trabalhadores. E a mesma coisa está acontecendo neste momento”, disse o deputado.

Frei Anastácio disse que depois de mais de 40 anos de luta, ao lado dos trabalhadores, nunca havia presenciado situação semelhante. “Foi triste ver casas sendo destruídas, plantações sendo arrancadas pelos tratores, animais mortos e os posseiros sem poder fazer nada. E hoje irá acontecer a mesma coisa. Espero que haja bom senso para evitar mortes no local”, descreveu o deputado.O petista disse que dos trinta hectares de plantações dos posseiros, foram destruídos mais de dez hectares de várias culturas, na semana passada.

A fazenda Paraíso é ocupada por cerca de 50 posseiros que moram nas terras há muitos anos. Segundo Frei Anastácio, muitos dos posseiros moram na fazenda há mais de 50 anos. “O que essas famílias estão reivindicando é o direito à terra onde eles nasceram e cresceram. O conflito teve início este ano, com a proibição do proprietário, Zé Guilherme, dos trabalhadores continuarem plantando, uma atividade que eles desenvolviam desde que nasceram na terra ”, explicou o deputado. Os posseiros são assistidos pela Comissão Pastoral da Terra, que está acompanhando todo processo de luta dos trabalhadores e trabalhadoras.

 

 

Portal do Litoral

Com Assessoria




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