OAB pede ao TSE a cassação de registro de Levy Fidelix por ofensas a gays
As declarações homofóbicas feitas no debate de presidenciáveis, domingo na Record, pelo candidato à Presidência do PRTB Levy Fidelix provocaram reações de repúdio de entidades da sociedade organizada. Durante o embate na TV, Levy disse que gays precisam de ‘ajuda psicológica’. Ontem, a Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, ingressou com ação pedindo a cassação de sua candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No Facebook, um grupo de mais de 6 mil pessoas coleta dados pessoais para formalizar denúncia coletiva contra o candidato à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do governo federal. Preocupado com as repercussões, Fidelix afirmou ontem que pedirá proteção à Polícia Federal.
No debate, nenhum dos candidatos contestou Fidelix imediatamente. Mas ontem, diante da grande repercussão do caso nas redes sociais e na imprensa internacional, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB) e Eduardo Jorge (PV) criticaram a postura homofóbica do candidato do PRTB.
A candidata Luciana Genro e o deputado federal Jean Wyllys, do Psol, protocolaram ação no TSE, pedindo multa para o integrante do PRTB por incitação ao ódio e à violência. A presidenta Dilma defendeu a criminalização da homofobia, Aécio classificou a fala como “sem sentido e equivocada”, e Marina indicou que seu partido também estuda entrar na Justiça.
A declaração de Levy surgiu a partir de uma pergunta de Luciana Genro (Psol) sobre a violência contra a população LGBT. “O Brasil é campeão de morte da comunidade LGBT. Por que que as pessoas que defendem tanto a família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo?”, indagou a presidenciável.
“Tenho 62 anos e, pelo que vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais: me desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. Luciana (Genro), você já imaginou que o Brasil tem 200 milhões de habitantes. Se começarmos a estimular isso aí (casamentos entre homossexuais) daqui a pouquinho vai reduzir pra 100.
Então, gente, vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria . Vamos enfrentar, não ter medo de dizer que sou pai, mamãe, vovô. E o mais importante é que esses, que têm esses problemas, realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo mas bem longe da gente, bem longe mesmo por aqui não dá”, disse Levy.
“Uma fala como essa, vinda de um político, legitima a violência homofóbica que sofri e à qual está exposta toda comunidade LGBT”, opinou o antropólogo João Batista Júnior João, que conta ter sido vítima de tentativa de humilhação quando, em 2011, foi expulso de um cinema em Copacabana depois de beijar seu namorado.
Portal do Litoral PB
Com Uol
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