O que esperar do iPhone 6 e do iWatch
Nos últimos anos, o mundo volta-se à Apple todo mês de setembro para saber o que a companhia, sinônimo de inovação, tem para mostrar ao público e ao mercado. Nesta terça-feira não será diferente. A empresa vai anunciar o iPhone 6, seu smartphone top de linha, e o iWatch, primeiro produto desenvolvido sob o comando de Tim Cook, CEO do império Apple desde 2011, quando substituiu Steve Jobs, morto no mesmo ano. As novidades serão apresentadas em um evento para 2.500 pessoas que será realizado no Flint Centre, em Cupertino, na Califórnia.
O novo iPhone será maior e mais fino. Sua tela será mais resistente e o seu design também sofrerá algumas mudanças. O aparelho da Apple nunca foi conhecido por oferecer uma câmera potente, então existe a possibilidade do novo modelo chegar ao mercado oferecendo melhor recurso, que permitirá aos usuários ter uma experiência mais satisfatória na hora de tirar uma fotografia com o celular. Outra novidade aguardada para o iPhone 6 é a melhoria na vida útil da bateria do smartphone. A ideia da Apple é enfrentar a concorrência, que já oferece aparelhos com maior autonomia.
Uma das apostas da companhia no iPhone 6 é a adoção da tecnologia NFC, que permite às pessoas realizar pagamentos com o smartphone ao invés de usar um cartão de crédito. A Apple fechou parcerias com operadoras, como Visa, Mastercard e American Express, e também com redes de farmácia, como CVS e Walgreens, para colocar em prática a ideia. Dessa forma, o usuário só vai precisar aproximar o smartphone de um terminal para fazer o pagamento. Resta saber se a autenticação de senha ou assinatura será feita no próprio telefone ou no terminal.
O iWatch, por sua vez, primeiro wearable — gadget que pode ser usado como acessório pessoal, como óculos, relógios e pulseiras inteligentes — da Apple também será anunciado no evento desta terça. Este será o primeiro produto da companhia desenvolvido sob o comando de Tim Cook. As expectativas são altas, ainda que o acessório só deva chegar às lojas em 2015. O mercado espera que o anúncio transforme o relógio no que foi o iPad: uma nova categoria de produto capaz de criar uma nova necessidade para o consumidor.
Segundo Ming-Chi Kuo, renomado analista de mercado da consultoria KGI, o iWatch será lançado em duas versões: uma com tela de 1,3 polegada e outra com tela de 1,5 polegada. A ideia da companhia é agradar tanto o público masculino como o feminino. Ainda de acordo com o especialista, o gadget terá 8 GB de memória interna e chegará às lojas nas cores prata e dourado. Embora alguns analistas acreditem que o relógio terá tela circular, similar ao Moto 360, da Motorola, Kuo prefere apostar em uma tela retangular. A Apple deve fixar o valor do iWatch em 400 dólares.
Cinco apostas dos especialistas sobre o iPhone 6
Telas maiores e de safira
Desde o final de 2013, os rumores mais fortes sobre a próxima geração do iPhone estão relacionados à tela. “O iPhone 6 deve ter telas maiores, de 4,7 e 5,5 polegadas, feitas de safira, o que deve torná-las quase inquebráveis”, diz Gene Munster, da Piper Jaffray. Hoje, iPhone 5C e 5S têm telas de 4 polegadas.
A tela de safira do iPhone 6 é produzida a partir de múltiplas camadas de safira industrial pela companhia americana GT Advanced Technologies. A Apple já adota esta material na composição do iPhone 5S: a safira transparente protege o botão “Home” e a câmera traseira do smartphone. Agora, ela deve passar a recobrir toda a parte frontal do produto.
A mudança deve ajudar a Apple a manter a popularidade do iPhone, mesmo com a chegada de tantos modelos de smartphones com telas grandes e sistema operacional Android. Entre os concorrentes que apresentam essas características está o Galaxy Note 3, da Samsung, e o Xperia Z2, da Sony. “Os usuários estão pedindo por isso. Apesar de a Apple ser teimosa às vezes, acredito que agora ela vai atender seu consumidor”, diz Masi, da Movile.
Design renovado
Não será surpresa constatar, no dia 9 de setembro, que o iPhone 6 é mais fino e leve do que as versões anteriores. Essa é uma preocupação constante da empresa de Cupertino: a primeira versão do smartphone tinha 13 milímetros de espessura; o iPhone 5S, modelo atual, apenas 7,6 milímetros.
O design também deve mudar. Fotos de um suposto exemplar do iPhone 6 que vazaram em junho mostram a traseira totalmente coberta por metal e com as laterais arredondadas, formando um corpo único. Alguns críticos afirmam que o acabamento pode causar problemas na recepção da antena do aparelho – o que repetiria uma crise que a empresa já viveu em 2007, após lançar o iPhone 4.
“O botão liga/desliga também deve sair do topo do aparelho e ficar posicionado na lateral. A câmera pode ‘saltar’ na parte superior, porque a Apple deve adotar uma lente maior para melhorar a qualidade das fotos”, diz Masi.
Bateria de longa duração
A oferta de smartphones maiores, tendência entre quase todos os fabricantes, abre espaço para a adoção de baterias maiores e mais potentes. Isso possibilita, é claro, maior autonomia para os aparelhos.
Outra melhoria que pode trazer benefícios para a bateria é a inclusão de um novo processador no iPhone 6. Isso vai permitir que o tempo de processamento das solicitações dos usuários seja reduzido, o que diminui o consumo de energia. O iPhone 6 deve ser equipado com o chip A8, uma geração mais avançada do modelo adotado no iPhone 5S e no iPad Air, desenvolvido pela própria Apple.
Aumentar a autonomia de bateria do iPhone 6 é crucial para a Apple, já que diversos rivais nos últimos anos apresentaram aparelhos com bateria de longa duração e recursos de software para economizar energia. É o caso do Galaxy S5, da Samsung, que traz um modo de economia de bateria que deixa a tela em preto e branco e limita o acesso aos aplicativos.
Integração com iWatch
Além do iPhone 6, há a expectativa de que a Apple anuncie simultaneamente seu primeiro relógio inteligente, que até o momento é informalmente chamado de iWatch. O aparelho deve funcionar de maneira integrada com a nova versão do smartphone da Apple. Entre as funções, ele pode ganhar mais de dez sensores para monitorar informações relativas à saúde, como a frequência cardíaca.
O relógio inteligente deve funcionar de maneira integrada com o próximo smartphone da Apple, por meio do aplicativo de saúde Health. O app permite monitorar hábitos de sono, atividades físicas e outras informações relativas à saúde. Nos Estados Unidos, os dados poderão ser compartilhados pelo usuário com seus médicos.
O acessório deve ter também funções comuns em relógios inteligentes, como a capacidade de exibir notificações sobre a chegada de e-mails, mensagens de texto e chamadas de voz. Além disso, a Apple deve oferecer aos desenvolvedores a documentação técnica necessária para que os apps também enviem dados para o iWatch. “O iWatch será um complemento para o iPhone. Em outras palavras, para usá-lo, você vai precisar de um iPhone”, diz Munster.
Tecnologia NFC
Outra demanda antiga dos usuários de smartphones da Apple é a integração da tecnologia NFC (Near Field Communications, na sigla em inglês) para transferências de arquivo e pagamentos com o celular. “A área de pagamentos é uma das que vai receber melhorias nos próximos anos. A inclusão da tecnologia NFC no iPhone vai permitir que as pessoas transformem o smartphone em sua carteira”, diz Munster.
A adoção da tecnologia NFC, popular em smartphones com sistema operacional Android, é um passo lógico. Ao lançar o iPhone 5S, versão mais recente do smartphone, a Apple integrou um sensor de digitais no botão “Home”. Até o momento, porém, o recurso é utilizado apenas para desbloquear a tela. No futuro, ele também poderá ser usado para autorizar transações financeiras.
Por ora, algumas parcerias já foram fechadas. A Apple tem acordos com a Visa, Mastercard e American Express para integrar o futuro sistema de pagamento. As redes de farmácia CVS e Walgreens devem ser os primeiros estabelecimentos a receber os terminais de leitura. Ainda não foi divulgada como será realizada a autenticação (senha ou assinatura) dos consumidores no ato de uma compra.
Os principais rumores sobre o relógio inteligente da Apple
Tela curva
O primeiro relógio inteligente da Apple poderá receber uma tela sensível ao toque curva, fabricada em OLED (diodo emissor de luz orgânico, na sigla em inglês). A tecnologia permite maior contraste entre as cores e exibe um preto mais intenso do que as tradicionais telas de LCD utilizadas na maioria dos smartphones. A tecnologia já é utilizada em alguns smartphones, como o G Flex, da LG, e a pulseira inteligente Gear Fit, da Samsung.
Múltiplas versões
O iWatch poderá ganhar mais de uma versão, de acordo com reportagem publicada pelo Wall Street Journal, em junho. Segundo Ming-Chi Kuo, renomado analista de mercado da consultoria KGI, o iWatch será lançado em duas opções: uma com tela de 1,3 polegada e outra com tela de 1,5 polegada. A ideia da companhia é agradar tanto o público masculino como o feminino. Ainda de acordo com o especialista, o gadget terá 8 GB de memória interna e chegará às lojas nas cores prata e dourado. Embora alguns especialistas acreditem que o relógio terá tela circular, similar ao Moto 360, da Motorola, Kuo prefere apostar em uma tela retangular.
App Health
O aplicativo Health, apresentado pela Apple no início de junho, deve ser a principal “ponte” entre o iWatch e o iPhone. Ele permitirá que o usuário veja, na tela do smartphone, todas as informações sobre saúde coletadas pelos sensores do relógio, como frequência cardíaca, gasto calórico, qualidade de sono e nível de oxigênio no sangue. A expectativa é de que o acessório da Apple chegue às lojas equipado com ao menos dez sensores.
O relógio inteligente pode, inclusive, ganhar sua própria loja de aplicativos, de acordo com o site 9to5Mac, especializado em produtos da marca. Atualmente, a Apple oferece uma loja com programas criados para iPhone, iPod Touch e iPad e outra para quem possui computadores da linha Mac. Com a nova App Store, a Apple deverá oferecer aos seus consumidores três lojas distintas.
Notificações
Assim como os relógios com Android Wear (foto), o iWatch deve receber notificações de chamadas perdidas, mensagens de texto (SMS) e outros dados quando estiver sincronizado com o iPhone. O novo produto deve utilizar uma versão modificada do iOS 8, sistema operacional da Apple para dispositivos móveis. A nova versão do software será liberada pela Apple em setembro.
Lançamento
Analistas acreditam que a Apple pode revelar o iWatch em outubro, mês do provável lançamento da nova versão do iPad (foto). Fontes próximas à Apple afirmaram, em junho, que a empresa iniciaria a produção do gadget ainda em julho. Contudo, problemas na produção do relógio inteligente poderiam atrasar o lançamento do produto, que chegaria às lojas apenas em 2015.
Preço
Na metade de julho, analistas do banco Morgan Stanley divulgaram uma estimativa de que o iWatch deve custar cerca de 300 dólares. O valor é mais alto que a maioria dos rivais à venda no mercado, como o G Watch (foto), da LG, e os modelos fabricados pela Samsung. Segundo os analistas, a Apple vai fixar um preço mais alto, pois o gadget vai oferecer mais recursos que os rivais. As últimas estimativas são de 400 dólares.
Portal do Litoral PB
Com Veja
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