Publicado em: 30 ago 2014

Eleições na Paraíba já contabilizam seis pesquisas suspensas por suspeita de fraude

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Multas já somam R$ 266.025,00

Com suspeitas de fraudes desde as eleições de 2010, seis pesquisas eleitorais de intenções de voto já foram suspensas desde o início da campanha eleitoral desde ano na Paraíba, rendendo multas para institutos e veículos de comunicação que já somam R$ 266.025,00. No entendimento do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), as consultas 0007/2014, 0010/2014, 0012/2014, 0013/2014, 0016/2014, 0018/2014, entre outras falhas, apresentaram problemas de metodologia na apuração dos dados.

Contratadas aos institutos Souza Lopes e IPESPE pelos principais veículos de comunicação do Estado, as consultas que foram divulgadas até agora sobre a disputa pelo governo da Paraíba têm sofrido questionamentos de todos os lados. Representante de uma candidato a deputado estadual pelo Partido da Pátria Livre (PPL), o advogado Francisco Pereira foi autor das ações que resultaram na suspensão das seis pesquisas com suspeita de fraude.

“O Instituto Souza Lopes, assim como também incorreu o IPESP na ultima pesquisa divulgada e suspensa pela Justiça, não respeitou a Lei Eleitoral. Como confiar nos dados de uma pesquisa em que a empresa pesquisadora não traz a conhecimento da Justiça Eleitoral os dados obrigatórios para a conferência da veracidade e autenticidade das informações? Como confiar nos números de uma pesquisa que tem sete dias para trazer esses dados e passa meses sem apresentar?”, questionou o advogado, citando algumas das irregularidades apresentadas nas pesquisas divulgadas na Paraíba.

Ele destacou que na pesquisa 0018/14 encomendada pelo Sistema Correio de Comunicação ao Instituto Souza Lopes, os formulários excluíam os nomes de três candidatos a governador, obrigando o pesquisado a optar apenas entre os candidatos que o instituto quisesse.

“Ao privilegiar uns em detrimentos de outros, houve por parte do Instituto Souza Lopes uma total afronta ao princípio da isonomia dos candidatos. Esse tipo de consulta não serve para representar a real intenção de voto do eleitor, pois causa grave desequilíbrio ao pleito eleitoral, já que acaba induzindo o eleitor a erro”, disse Francisco.

Os pareceres dos promotores eleitorais e as decisões dos juízes que tem suspendido e multado institutos e veículos de comunicação têm deixado clara a disparidade entre as pesquisas e o sentimento das ruas, cristalizado em levantamentos com problemas de método e de execução. “Conclui-se que a referida pesquisa está irregular e portanto, imprestável para o pleito eleitoral, por não obedecer aos ditames legais no que se refere ao seu registro junto ao Tribunal Regional Eleitoral”, opinou o procurador Regional Eleitoral da Paraíba, João Bernardo da Silva, em seu parecer sobre a consulta 0016/2014, realizada pelo Instituto IPESPE.

Na campanha eleitoral de 2010, a Paraíba foi cenário de um festival de pesquisas irregulares. Naquele ano, todas que foram divulgadas para governador do Estado acabaram sendo desmentidas pelas urnas, já que apontavam a vitória do então senador José Maranhão (PMDB) com folga ainda no primeiro tuno. A eleição, porém, foi decidida no segundo turno, tendo o atual governador Ricardo Coutinho (PSB) vencido o pleito com uma diferença de quase 150 mil votos.

Agência Notícias




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