Debate de confrontos tem Aécio no ataque, Dilma acuada e Marina regular
Sete candidatos participaram na noite desta terça-feira (26) do primeiro debate entre presidenciáveis, realizado pela TV Band, em São Paulo. Os três líderes da corrida eleitoral, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), não se pouparam do confronto direto e trocaram perguntas entre si. Mesmo se confrontando em todas as oportunidades que tiveram, os três presidenciáveis deixaram a desejar na apresentação de novas ideias.
O debate ocorreu poucas horas depois do Ibope ter divulgado pesquisa que mostrou um avanço da candidata do PSB no primeiro turno, que abriu dez pontos de vantagem sobre o tucano. A ex-senadora ainda venceria a petista no segundo turno. Os números da pesquisa para o primeiro turno apontaram as seguintes intenções de voto: Dilma, 34%, Marina, 29%, e Aécio, 19%.
Quando os candidatos puderam fazer perguntas entre si, Marina abriu a discussão, questionando Dilma sobre o que deu errado nos cinco pactos propostos pela presidente após as manifestações de junho de 2013. A petista rejeitou a afirmação da socialista, cintando números positivos nas áreas de saúde, economia e educação.
Na réplica, Marina fez o seu primeiro ataque mais direto a Dilma. “Para resolver problemas, precisamos reconhecer que eles existem. Esse Brasil colorido descrito por Dilma, quase cinematográfico, não existe”, atacou a ex-senadora. Em tréplica, Dilma (PT) propôs uma reforma política. “Só a força do povo brasileiro é capaz de transformar a relação política com a coisa pública”, indicou a petista.
Logo depois, Dilma questionou Aécio sobre supostas medidas impopulares que ele tomaria se fosse eleito, citando ainda que o desemprego quando o PSDB comandou a Presidência era dobro em relação ao governo atual petista. “O PT surfou e se valeu muito das reformas que foram feitas no governo Fernando Henrique. Mas a bendita herança acabou”, retrucou o tucano.
Na sua vez de perguntar, Aécio partiu para o ataque contra Marina. “A candidata tem falado muito sobre a nova política, disse que não subiria a determinados palanques. Será que não deveria ter uma boa dose de coerência?”, questionou o tucano, lembrando que a candidata se negou a subir no palanque de Geraldo Alckmin (PSDB), que é parceiro do PSB em São Paulo, mas disse recentemente que pediria o apoio do ex-governador paulista José Serra, caso fosse eleita.
Marina negou a incoerência e emendou crítica à disputa entre tucanos e petistas nas últimas eleições. “Me sinto inteiramente coerente. É combater a velha polarização que tem sido um verdadeiro atraso para o nosso País. A polarização PT e PSDB já deu o que tinha que dar”, respondeu a candidata do PSB.
Marcos Bezerra/Futura Press
Nos outros blocos do debate, o clima permaneceu com Dilma escolhendo o tucano como seu oponente principal. A petista buscou colar a imagem dele ao do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que deixou o governo com baixa popularidade.
Aécio, por sua vez, buscou ligar Dilma ao baixo crescimento da economia brasileira e também aos escândalos na Petrobras. Em relação a Marina, o tucano disse que faltava clareza em sua propostas.
Em todo o debate, Marina tentou se colocou como a representante da “nova política”, num espécie de passo a frente da polarização PT e PSDB. Em mais de uma vez, a candidata do PSB lembrou do momento difícil que ela passou recentemente com a morte do Eduardo Campos.
Além de Dilma, Aécio e Marina, participaram do debate, Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB). A discussão se prolongou por mais de três horas, chegando a cansar os telespectadores ou mesmo os presentes nos estúdios da Band.
Eduardo Jorge rouba cena
Com menos de 1% das intenções de voto no Ibope, o candidato do Partido Verde se destacou por levantar temas polêmicos como a legalização do aborto e da maconha. Com estilo informal, mas contundente, o candidato foi comparado nas redes sociais, durante o debate, a Plinio Arruda Sampaio, candidato do PSOL à Presidência em 2010. Plinio morreu recentemente.
“A legislação é cruel. Coloca 800 mil mulheres por ano à sua própria sorte, à métodos clandestinos”, declarou Jorge, questionando Aécio sobre a legalização do aborto. O tucano discordou do candidato do PV, dizendo que manteria a legislação vigente sobre o tema.
Jorge também foi irônico. Ao comentar a proposta de Marina de criar uma lei para tornar o Banco Central independente, o candidato do PV disparou: “Independente de quem? Do povo?”
Divulgação/PV
A atual candidata do PSOL também levantou um tema polêmico. Luciana confrontou o Pastor Everaldo, que tem declarado em sua campanha que os casais devem ser formados por homens e mulheres, numa rejeição as parcerias homossexuais.
“Homofobia e transfobia matam. A falta de educação a respeito desses temas nas escolas faz falta”, declarou Luciana. O candidato do PSC negou ser homofóbico e disse que “o povo cristão é o mais tolerante do mundo”.
Luciana se referiu ao candidato do PSC apenas como Everaldo, explicando que não se sentia confortável em usar a alcunha de pastor por acreditar que o Estado brasileiro deve ser laico.
Portal do Litoral PB
Com IG
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