Publicado em: 17 ago 2014

Suspeitos de formar quadrilha de cambistas deixam presídio no Rio

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Mais seis suspeitos de formar a máfia de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo deixaram o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, na tarde deste sábado (16). Alexandre Marino Vieira, Antônio Henrique de Paula Jorge, Sérgio Antonio de Lima, Julio Soares da Costa, Ernani Alves da Rocha Junior e Fernanda Carrione Paulucci foram colocados em liberdade, segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

O franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, acusado de ser um dos chefes da máfia de cambistas, deixa o Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio (Foto: Tiago Ramos/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
O franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana é 
apontado como líder do grupo que vendia ingresso
(Tiago Ramos/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

A ação acontece um dia após a liberação do franco-argelino Mohamed Lamine Fofana, que é apontado como o líder do crupo. O habeas corpus que beneficia Fofana e outros nove réus no processo foi concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (8). Na decisão, o ministro afirma que a prisão dos acusados não era necessária para garantir a ordem pública.

Na quinta-feira (14), Marcelo Pavão da Costa Carvalho já havia deixado a prisão.  Até as 12h30, apenas Fofana havia deixado o presídio, dentre os suspeitos que ainda estavam presos.

Em 5 de agosto, o ministro já havia concedido liberdade a outro suspeito de participar da quadrilha: o inglês Raymond Whelan, executivo da Match, empresa que vendia pacotes para jogos da Copa. A decisão foi, posteriormente, estendida aos demais presos.

 
Desvio de ingressos Fifa esquema arte cronograma (Foto: Editoria de Arte / G1)

O esquema
No dia 1º de julho, policiais da 18ª DP (Praça da Bandeira) prenderam 11 pessoas na operação “Jules Rimet”.

Em 7 de julho, Raymond Whelan chegou a ser preso, mas foi solto na madrugada do dia seguinte depois de obter um habeas corpus na Justiça do Rio. Com a prisão preventiva decretada, ele se entregou à polícia e foi levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde já estavam presos os demais réus do processo. No dia 6 de agosto, após a liminar do STF, Whelan deixou o presídio.

O único réu que não teve a prisão preventiva decretada foi o advogado José Massih por colaborar com as investigações.

Com a listagem de celulares da Fifa em mãos, um dos agentes policiais digitou no aparelho celular apreendido do argelino Lamíne Fofana o prefixo 96201, que precede os telefones da entidade. Apareceu, então, o nome “Ray Brazil”, para o qual havia 900 registros entre telefonemas e mensagens. Ao todo, a operação está lendo e escutando 50 mil registros telefônicos, dos quais mais de 50% já foram apurados.

Segundo as investigações, três empresas de turismo localizadas em Copacabana, interditadas pela polícia, faziam contato com agências de turismo que traziam turistas ao país e vendiam ingressos acima do preço.

Eram ingressos VIPs, fornecidos como cortesia a patrocinadores, a Organizações Não Governamentais (ONGs) e também destinados à comissão técnica da Seleção Brasileira – desde bilhetes de camarotes até entradas de assentos superiores. Uma entrada para a final da Copa no Maracanã chegava a custar R$ 35 mil e a quadrilha faturava mais de R$ 1 milhão por jogo.

Segundo a polícia, Fofana também conseguia entradas vendidas pelos agentes oficiais da categoria “hospitalidade”, pacotes de luxo, controlados pela Match Hospitality. Até carro forte foi usado para abastecer a quadrilha que vendia entradas para todos os jogos da abertura à final do torneio.

Segundo o delegado Fábio Barucke, responsável pelo caso, os presos já atuaram em pelo menos quatro mundiais e estimativas apontam que a quadrilha poderia movimentar cerca de R$ 200 milhões por Copa do Mundo.

Os presos

Além de Fofana e Whelan, chegaram a ser presos o policial militar reformado Oséas do Nascimento; Alexandre Marino Vieira; Antônio Henrique de Paula Jorge, um dos contatos de Fofana no Brasil (antes de ser preso, Henrique tentou retirar de um banco R$ 177 mil em dinheiro vivo); Marcelo Pavão da Costa Carvalho; Sérgio Antônio de Lima, que teria tentado subornar um dos agentes; Ernane Alves da Rocha Júnior; Júlio Soares da Costa Filho; Fernanda Carrione Paulucci e Alexandre da Silva Borges. O advogado José Massih responderá ao processo em liberdade por ter colaborado com as investigações.

Portal do Litoral PB

Com G1 




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