Publicado em: 30 jul 2014

Aplicativo do Facebook vai perder recurso de bate-papo

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A rede social Facebook vai remover nos próximos dias o recurso de bate-papo de seu aplicativo para smartphones com sistemas operacionais iOS (Apple) e Android (Google). A estratégia já começou a ser testada entre usuários que acessam o serviço na Europa e deve chegar aos mais de um bilhão de cadastrados nas próximas semanas: uma notificação já é exibida às pessoas que ainda não aderiram ao app de mensagens instantâneas — inclusive usuários brasileiros.

O aplicativo oficial da rede vai manter o ícone de mensagens, mas, ao clicar nele, o usuário será direcionado a outro app: o Facebook Messenger, recurso lançado pela companhia em 2011 especialmente para troca de mensagens instantâneas — por ora, a companhia americana exibe um comunicado a uma parcela de usuários notificando a mudança e recomenda o download do aplicativo, conforme mostra a imagem abaixo. Em contato com a reportagem de VEJA.com, o Facebook afirmou que o usuário terá sete dias para se adequar à exigência a partir da data de recebimento do aviso.

 

Aplicativo do Facebook vai perder função de bate-papo

 

Segundo a empresa, a medida tem como objetivo deixar o aplicativo principal mais rápido e não se aplica a dispositivos móveis com sistema operacional Android de baixo custo e Windows Phone. Pessoas que acessam a rede social por meio de desktops não serão afetadas com a mudança.

Nos últimos meses, o Facebook tem criado uma série de estratégias agressivas para o universo móvel, para onde migram milhões e milhões de usuários. Na última quarta, a companhia informou que mais de 1 bilhão de pessoas se conectam ao serviço por meio de smartphones e tablets. Em fevereiro, a rede adquiriu o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp por 19 bilhões de dólares.

Momentos decisivos da história do Facebook

A origem: comparar garotas da universidade (2003)

Em outubro de 2003, quatro estudantes (Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Chris Hughes e o brasileiro Eduardo Saverin) da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenvolvem uma rede dedicada à quase pueril tarefa de comparar garotas da faculdade, escolhendo as mais atraentes. O Facemash é um sucesso: em quatro horas, atrai 450 visitas e exibe fotos das estudantes 22.000 vezes. A empreitada incentiva Zuckerberg a criar o Thefacebook.com.

Começam as batalhas jurídicas (2004)

Em fevereiro de 2004, Zuckerberg e seus amigos decidem lançar o Thefacebook.com, rede social dedicada aos alunos de Harvard. A ideia, que permite a criação de laços digitais entre estudantes, agrada: em 24 horas, mais de mil usuários se cadastram. Seis dias após o lançamento do serviço, aparecem os primeiros problemas. Três estudantes da instituição – Divya Narenda e os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss – acusam Zuckerberg de violar regras de propriedade intelectual (a batalha judicial só seria finalizada em 2008, quando Narenda e os Winklevoss receberiam 20 milhões de dólares em ações do Facebook). Ainda em 2004, a startup recebe 500.000 dólares em investimentos de Peter Thiel, cofundador do PayPal. Em dezembro do mesmo ano, a rede alcança 1 milhão de usuários.

A briga com o brasileiro Eduardo Saverin (2005)

Cofundador do Facebook, o brasileiro Eduardo Saverin atua como administrador do Facebook no início do negócio. Mas ele logo se choca com Mark Zuckerberg. Este quer mais usuários; Saverin, mais investimentos. Sem acordo, o brasileiro decide deixar a empresa, em 2005, e terminar graduação em economia em Harvard. Zuckerberg abandona o curso de ciência da computação e, incentivado por Sean Parker, cofundador do Napster (site que fornecia músicas para download gratuito e que foi tirado do ar pela Justiça americana), muda-se para a Califórnia para se dedicar ao Facebook. A pedido do próprio Parker, a empresa compra o domínio Facebook.com por 200.000 dólares e descarta definitivamente o artigo “The” de seu nome. Mais tarde, Saverin seria processado pelo Facebook por interferir nos negócios da empresa. Segundo relatos do livro Bilionários por Acaso, Zuckerberg queria diminuir a participação do brasileiro nos ganhos totais da empresa de 24% para 0,3%. Saverin abriria processo contra a rede – do qual sairia vencedor. Hoje, detém 2,5% das ações do Facebook. Ele teve ainda seu nome oficialmente reconduzido ao rol de fundadores da companhia.

A rede se abre para o mundo (2006)

O desejo de fazer parte da rede tomou conta de universitários de várias instituições americanas (até então, o acesso era restrito a Harvard, Stanford, Columbia e Yale). Em setembro de 2006, chega a hora de pular os muros acadêmicos para abraçar o mundo: o Facebook permite a adesão de qualquer usuário com mais de 13 anos de idade. O crescimento atrai investidores e interessados em comprar a rede, que recebe proposta de 750 milhões de dólares. Mark Zuckerberg diz que o Facebook vale 2 bilhões de dólares.

A rede se abre para desenvolvedores independentes (2007)

Em maio, Mark Zuckerberg decide inovar: manter a sua API (application programming interface, ou interface de programação de aplicações) aberta a desenvolvedores independentes. Assim, a rede social é uma das primeiras empresas de grande porte da internet a permitir que pessoas fora de seu quadro de funcionários criem aplicativos baseados no seu código de programação. A estratégia permite que o site se renove de forma permanente, à medida que mais desenvolvedores criam jogos, enquetes e outras aplicações de interação. Em outubro, a Microsoft compra participação minoritária na rede por 240 milhões de dólares, acabando com boatos de que a gigante do software compraria o site. “O Facebook não será vendido”, diz Mark Zuckerberg.

Tentando engolir a concorrência (2008)

Em 2008, o Facebook vai às compras. Segundo o diário britânico Financial Times, a empresa oferece 500 milhões de dólares pelo microblog Twitter, criado em 2006. Biz Stone, um dos fundadores da rede, rejeita a oferta.

Um novo problema: a privacidade do usuário (2010)

Em maio de 2010, o Facebook anuncia que a rede social atingira a marca de 400 milhões de usuários – marca restrita a poucos gigantes da internet. Simultaneamente ao avanço do serviço, porém, crescem as críticas às constantes mudanças na política de privacidade da rede social. O site afrouxa seguidamente as regras, ampliando a exposição de dados de cadastrados à observação pública. Ao menos uma vez, isso acontece sem aviso claro aos usuários. Autoridades de proteção de dados da União Europeia consideram “inaceitáveis” as mudanças. A companhia reage, alegando que, com as mudanças, o site simplificou a vida do usuário na tarefa de decidir o que compartilhar em seu perfil.

A história da rede social vira filme (2010)

Fenômeno da web, o Facebook chega a Hollywood em dezembro de 2010. O filme A Rede Socialnarra episódios dos primórdios do serviço, incluindo as batalhas jurídicas entre Mark Zuckerberg, os irmãos Winklevoss e o brasileiro Eduardo Saverin. A obra cinematográfica ajudou a fomentar ainda mais interesse na rede. Em 2011, o filme concorreria em oito categorias do Oscar, entre elas a de melhor filme: sairia com as estatuetas de trilha musical, edição e roteiro adaptado.

No Brasil, a luta contra o rival Orkut (2011)

No Brasil, a rede encontra resistência para destronar um gigante considerado até insuperável, o Orkut. Oficialmente, o Facebook assume a posição de rede social mais popular no país em dezembro de 2011. No mundo, sua supremacia já é incontestável: serviços populares ou locais, como oMySpace, minguam e dão espaço ao projeto de Mark Zuckerberg.

Mark Zuckerberg curte e compra o Instagram (2012)

Em abril de 2012, o Facebook abre os cofres e paga 1 bilhão de dólares pelo Instagram, aplicativo de edição e compartilhamento de fotos para plataformas móveis. Fica claro que a estratégia pretende animar investidores, de olho na esperada abertura de capital da companhia.

A maior abertura de capital de uma empresa de tecnologia da história (2012)

Em maio, a companha estreia no mercado financeiro com a maior oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da Nasdaq, a bolsa de valores do setor de tecnologia. São oferecidas 421 milhões de ações, com valor individual fixado em 38 dólares. A operação arrecada cerca de 16 bilhões de dólares: dessa forma, o valor de mercado da empresa chega a 104 bilhões de dólares. Trata-se de um marco do setor de tecnologia e o terceiro maior IPO dos Estados Unidos, atrás apenas dos realizados pela Visa, que arrecadou 19,7 bilhões de dólares, em 2008, e da General Motors, com 18,1 bilhões, em 2010.

Mais problemas… e desafios (2012)

Dias após o IPO, o escritório de advocacia americano Robbins Geller procura a Justiça acusando o Facebook de omitir a informação que o crescimento da rede registrava desaceleração, fruto da ascensão do uso de smartphones e tablets pelos usuários. O problema é que esses dispositivos não exibiam anúncios – fonte de receita da empresa. A notícia causa desconforto entre investidores. O Facebook tenta corrigir o problema, apresentando novos modelos de anúncios para tablets e smartphones. Apesar do esforço, a empresa não para de sangrar. as ações da companhia na bolsa perdem mais da metade do valor em poucas semanas e chegam a 17,55 dólares, no início de setembro, ante os 38 dólares iniciais.

O ‘senhor das redes’ acalma investidores (2012)

Quatro meses após a estreia do Facebook na bolsa, enfim, Mark Zuckerberg vai a público explicar a situação da empresa. Em setembro, o CEO é entrevistado durante o evento de tecnologia TechCrunch Disrupt, em São Francisco, na Califórnia. Ele admite estar decepcionado com a queda do valor das ações da companhia na bolsa de valores. Na tentativa de animar usuários – e investidores –, volta a afirmar que o negócio da companhia é a mobilidade. “Decepcionamos na Nasdaq, mas vamos fazer mais dinheiro a partir de acessos via celular”, promete, acrescentando que todos os esforços da empresa estão voltados ao segmento de buscas. Apesar de não apresentar nenhuma novidade, a aparição agrada o mercado – as ações da empresa sobem 4,6%.

Resultado trimestral anima investidores (2012)

Em outubro, o Facebook  anuncia seu segundo resultado trimestral desde que a empresa abriu capital na bolsa de valores, em maio. A companhia registra prejuízo de 59 milhões de dólares entre os meses de julho e setembro deste ano, frente a um lucro de 227 milhões de dólares no mesmo período de 2011. Mesmo assim, a rede e seus investidores têm motivos para se animar: o nicho a ser atingido para superar a situação – o mundo móvel – começou a ser explorado com resultados positivos: começam a aparecer os primeiros resultados de receitas da rede provenientes de anúncios em dispositivos móveis. A informação agradou o mercado: e a bolsa reagiu bem. Um dia após o resultado, as ações da empresa disparam e encerraram o dia com o maior ganho diário, cotadas a 24,25 dólares

Novas mudanças nos termos de uso (2012)

Em novembro, a rede social promove sutis reformulações em sua política de privacidade e termos de uso ao validar o cruzamento de dados entre todos os produtos que foram e serão adquiridos pela empresa, como por exemplo o serviço de personalização de fotos Instagram. Ademais, a companhia eliminou quatro de seis itens presentes no artigo 14 da declaração de direitos de responsabilidade (DDR), excluindo a possibilidade de os usuários votarem nas alterações a serem feitas nas políticas e termos de uso do site.

Uma nova maneira de realizar pesquisas na rede (2013)

Em janeiro, o Facebook disponibiliza seu novo sistema de buscas, o Graph Search, que em português ganhou o nome de Busca Social. O formato apresenta uma nova maneira de explorar conteúdos compartilhados na rede social, o que permite, segundo a empresa, maior relevância na procura por informações. Na prática, a busca social tem como foco o comportamento humano, a maneira como usuário interage com seus amigos. 

Novo feed de notícias (2013)

No mês de março, a companhia revela alterações em seu feed de notícias – área reservada às atualizações de toda a rede de contatos do usuário. A mudança permite que os usuários utilize novos filtros para decidir o que vai aparecer em sua página, como categorias específicas para posts sobre músicas, vídeos, games e fotos. 

Facebook Home (2013)

Em abril, o Facebook apresenta o ‘Home‘, interface que exibe funcionalidades da rede social na tela inicial de smartphones com sistema operacional Android, do Google, sem a necessidade de acessar o browser ou o aplicativo.

Uma década de vida (2014)

Em fevereiro, o Facebook completa uma década de vida. É um feito sob vários aspectos. Em um ambiente em que gigantes surgem e desaparecem em alta velocidade, a maior rede social da história da internet segue crescendo em faturamento e número de adeptos — um em cada dois habitantes da Terra com acesso à internet está na rede comandada por Mark Zuckerberg.

Paper, a nova aposta do mundo móvel (2014)

Na semana em que completou uma década de vida, o Facebook apresenta a seus mais de 1,2 bilhão de usuários o aplicativo Paper, o mais novo projeto dedicado à área móvel. Disponível apenas aos usuários de dispositivos da Apple com uma conta vinculada aos Estados Unidos, o app une informações dos amigos na rede social às notícias e assuntos mais relevantes, escolhidas a partir de uma combinação de algoritmos do sistema às recomendações feitas a dedo por editores do Facebook – sim, um trabalho entre humanos e robôs.

WhatsApp, o novo serviço de Zuckerberg

O segundo mês de 2014 traz uma novidade ao universo das redes sociais. Por 19 bilhões de dólares, o Facebook adquireo serviço de mensagens instantâneas WhatsApp. É a maior negociação do mercado de tecnologia desde 2001, quando houve a fusão entre as americanas AOL (America On-line) e Time Warner no valor de 162 bilhões de dólares. Ao arrematar o app, que reúne 450 milhões de usuários ativos, o Facebook transforma em aliado um de seus maiores concorrentes

Do universo móvel para o virtual

Pouco mais de um mês depois do anúncio da compra do app de mensagens instantâneas WhatsApp, o Facebook vai às compras. A rede social adquire, por 2 bilhões de dólares, a fabricante de óculos de realidade virtual Oculus VR, uma das maiores apostas do universo de games. Ao arrematar a startup, a companhia reforça sua estratégia: independente do canal, o negócio de Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, é a comunicação.

Portal do Litoral PB

Com Veja 




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