RC é o 2º maior beneficiário das doações de construtora suspeita de corrupção
Dados levantados a partir de informações oferecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelo portal UOL e a ONG Contas Abertas, revelaram que “sete das dez maiores empresas doadoras de campanha nas eleições de 2010 foram ou estão sob investigação devido a indícios de corrupção envolvendo contratos públicos ou por conta dos seus relacionamentos com partidos e políticos”.
Segundo o TSE, juntas, essas empresas chegaram a doar nada menos do que R$ 496 milhões para candidatos, partidos e coligações. O detalhe é que uma dessas sete empresas é a Construtora Queiróz Galvão. Outro detalhe: o segundo maior beneficiário desta empresa é precisamente o governador Ricardo Coutinho, do PSB, que recebeu R$ 772 mil, na eleição de 2010.
Diz o UOL: “Para o secretário-geral e fundador da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco, as doações de campanhas no Brasil criam uma relação de promiscuidade entre as doadoras, partidos e políticos. ‘Não é doação, é investimento. Existem estudos que indicam que, de cada R$ 1 doado em campanha, as empresas conseguem outros R$ 8,5 em contratos públicos’, diz Castelo Branco.”
É importante observar que a legislação eleitoral permite empresas privadas de realizarem doações a candidatos e partidos. Mas, há uma limitação: a empresa só pode até 2% de seu faturamento. As principais exceções ficam apenas por conta das empresas concessionárias de serviços públicos como operadoras de telefonia, rodovias e de serviços de saneamento básico.
Dia ainda a reportagem: “A empreiteira (Queiróz Galvão) foi a quinta maior doadora de campanha em 2010. Ela está sendo investigada pela suposta formação de cartel nas obras de despoluição da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Em junho de 2013, a empresa venceu, juntamente com as empreiteiras Andrade Gutierrez e OAS, a licitação para as obras. Meses antes, porém, a revista Época publicou anúncio cifrado, indicando que o resultado da licitação havia sido acordado entre empresas do setor.”
Assessoria do governador Ricardo Coutinho foi acionada pela reportagem de UOL, mas não se manifestou.
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