História do projeto a “Hora do Colinho”, é contada durante exposição no Museu Nacional de Enfermagem, em Salvador; veja vídeo
A história do Projeto a “Hora do Colinho”, está sendo contada durante exposição através de vídeo no painel “ O Profissional de Hoje: do século 20 aos dias atuais” que acontece no Museu Nacional de Enfermagem (MuNEAN), em Salvador, na Bahia. ” É mais um reconhecimento pelo nosso trabalho em defesa da vida”, disse Mariluce Ribeiro, idealizadora do Projeto.
Lançado durante a pandemia de covid-19 na Paraíba para acolher o grande número de órfãos internados e recém nascidos com mães em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a iniciativa foi reconhecida como Protocolo Operacional Padrão (POP) em parecer técnico do Cofen e se desdobrou em projetos de lei por todo o país. Já é Lei pioneira na Paraíba, Rio de Janeiro, Piauí, Acre e Matogrosso, aguardando aprovação no DF, Maceió, Maranhão, Pernambuco e Tocantins, tramita também no Congresso Nacional.
O projeto tem como principais objetivos proporcionar momento de relaxamento e acolhimento para o recém-nascido, diminuir o impacto da ausência materna/paterna ou familiares, o estresse e a sensação de dor como também proporcionar ao recém-nascido e/ou lactente um cuidado mais humanizado e com condições que favoreçam a sua melhor recuperação.
A enfermeira explica que o colo e afeto curam, existem estudos que comprovam os benefícios do contato físico com a pele da mãe para os bebês recém-nascidos ou com alguns meses de vida, que seria o método canguru. No caso a Hora do Colinho que não é o contato pele a pele com o bebe, mas um abraço seguro (paramentado) e acalento que os profissionais que o assistem fazem, tem como objetivo proporcionar aos recém-nascidos um momento de acolhimento e terapia durante de plantão devido à ausência de familiares, com um cuidado humanizado, com objetivo de minimizar o estresse, alguma dor e a falta que o mesmo sinta da mãe, devido a problemas sociais ou complicações pós-parto.
“Existem estudos que dizem que o colo melhora a sensação da dor, melhora a freqüência cardíaca com consequente sensação de relaxamento e até mesmo ativação de genes envolvidos no metabolismo e no sistema imunológico. Os bebês por estar em um ambiente hospitalar, muitas vezes se sentem sozinhos, na época da pandemia existia restrição de visitas, hoje o programa se estende por impossibilidades de os pais as acompanharem em tempo integral ou receberem visitas, até mesmo por terem sido abandonadas. A demonstração de afeto através do colinho terapêutico ameniza o estresse e facilita a recuperação”, explica a enfermeira Mariluce Ribeiro de Sá.
Ela explica que a técnica de POP melhora a respiração porque vai expandir a caixa torácica e auxilia o funcionamento do intestino e do estômago ao ser movimentado. Além do mais, o recém- nascido se torna mais receptivo ao toque em geral e a ter mais facilidade para se relacionar.
“Devemos lembrar sempre que o toque será feito de forma terapêutica, para aliviar estresse ou algum processo de dor no recém-nascido e para o procedimento acontecer o recém-nascido precisa está dentro dos quesitos da técnica”, finalizou.
O projeto a Hora do Colinho” já foi reconhecido e aprovado como lei em vários Estados a exemplo do Piauí, Acre, Rio de Janeiro, e Mato Grosso, como também já foi tema livro que tem como título: “ ” A Hora do Colinho: Além de um Protocolo”
A idealizadora do projeto já recebeu vários prêmios pela iniciativa do projeto a exemplo Diploma Napoleão Laureano de Honra ao Mérito das Ciências Médicas proposto pelo deputado estadual Taciano Diniz. Mariluce Ribeiro também várias honrarias, desde votos de aplausos da câmara Municipal de João Pessoas, Prêmio Anna Nery, honraria máxima da Enfermagem brasileira e o Prêmio Ronaldo Miguel Beserra do Coren PB. Mariluce Ribeiro é Potiguar, mas recebeu o título de cidadã pessoense e cidadã Paraibana pela contribuição que deu a sociedade em nosso Estado.
Sobre o museu – O Museu Nacional de Enfermagem (MuNEAN) reúne e preserva a história da profissão e dos Conselhos de Enfermagem. A serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, o MuNEAN volta-se, também, à pesquisa dos testemunhos materiais e seu entorno promovendo reflexões sobre a Enfermagem e as práticas em Saúde.
Sobre o Museu: O MuNEAN pretende unir História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, entrelaçando essas vertentes num só discurso, para narrar à arte do cuidar. O Museu Nacional de Enfermagem é, portanto, um museu histórico que fala das origens da profissão. Um centro de referência da memória da enfermagem, que reverencia os ícones da enfermagem, mas faz reconhecer os heróis anônimos. Sobretudo, o Museu Nacional de Enfermagem é um museu contemporâneo, em que o profissional de hoje pode se reconhecer. Um museu que integra os anseios da classe ao seu programa museológico, contribuindo para sua formação educacional e artística, mas também para a formação intelectual dos cidadãos brasileiros. Um museu capaz de colaborar na construção de uma profissão mais justa e democrática, igualitário do ponto de vista social, aberto à pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural.
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