Dia Mundial da Saúde Mental: Juliano Moreira abre exposição itinerante com telas de pacientes
“Assim que vi senti uma calma na mente e ainda deu um colorido na minha rotina”. “Passa a ideia de que cada um fala do que está passando, por meio das pinturas. E alguns realizam sonhos”. As servidoras da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Roberta Maria e Janaína Pimentel, respectivamente, se referem às telas da exposição itinerante “Arte com Márcia…acolhimento e estímulo”, produzidas pelos pacientes do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira e que estão expostas nos corredores da SES. A exposição foi aberta oficialmente, nesta terça-feira (10), às 9h, em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental.
A exposição tem 65 quadros que são resultados de oficinas de pintura sob a orientação e cuidados da assistente social do Juliano Moreira, Márcia Maria Palitot. “Gosto de destacar que eles ficavam totalmente livres, à vontade, sem regras. Dessa forma, sentiam que pertenciam a algo e o resultado está aí nessa exposição linda”, falou emocionada.
O diretor geral do Complexo, Tércio Ramos, disse que o sentimento é de felicidade. “Estamos muito felizes porque estamos falando de saúde mental sem os estigmas que normalmente se encontra na sociedade. E trazer isso para os outros ambientes é importante porque é um tema para o dia a dia das pessoas”, disse. Afirmou ainda que a exposição irá percorrer outras instituições, em datas ainda a definir.
Para a diretora técnica Camila Franca, o objetivo do Juliano não é romantizar a internação. “A gente quer prevenir o adoecimento. Por isso que investe tanto na questão ambulatorial. Mas, caso alguém precise do internamento, a gente vai ofertar humanização, dignidade a esse paciente que será muito bem acolhido pela nossa equipe. O Juliano não oferece só o tratamento medicamentoso, mas também as práticas integrativas e complementares que estão incluídas, yoga, auriculoterapia, arte, música. A arte é uma forma de expressarem seus sentimentos. O resultado está nessa exposição”, disse.
Na SES, a exposição vai ficar de 10 de outubro a 10 de novembro. “Além dessas telas expostas na SES, ainda temos muitas no Juliano Moreira. É um trabalho constante que possibilita uma reflexão referente ao tratamento psiquiátrico e aos profissionais envolvidos nessas ações”, observou Neuri Mossmann, artista responsável pela montagem e curadoria da exposição, que cuida do acervo artístico do Espaço Luz (sala que antigamente era uma enfermaria), do Juliano.
Para a coordenadora do Núcleo de Ações Estratégicas Especiais do Complexo, Ângela Sátiro, o fundamental é a prova de um trabalho de equipe, de união em prol dos nossos pacientes. “A grande diferença é o olhar, através da sensibilidade, onde a gente vê o sujeito que ali está. Não é o paciente. É Pedro, João, Paulo, que está ali no Complexo. É um sentimento de se colocar no lugar do outro e perceber que aquela história tem muito para ser contada. É esse o novo olhar do Juliano”, argumentou.
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