Caso Ana Sophia: Delegado diz que suspeito tentou desqualificar menina em depoimento antes de prisão ser decretada
Tiago Fontes Silva Rocha, principal suspeito do caso Ana Sophia, menina de 8 anos que desapareceu em Bananeiras, há mais de dois meses, tentou desqualificar a vítima, em depoimento antes da decretação de sua prisão.
A informação foi do delegado Aldrovilli Grisi, que participa da investigação. O suspeito é genro do dono da casa onde a menina morava com a família. Quando surgiram as imagens de um vulto parecido com a menina entrando na casa do suspeito, o sogro despejou a família da casa.
Em depoimento à polícia, Tiago foi capaz de dizer que a menina vivia jogada na rua e participava pequenos furtos. Após isso, ele teria tentado destruir provas e chegou a apagar os dados dos celulares, informou a Polícia Civil em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22). O suspeito está sumido desde o início do mês, logo após de ter a casa vistoriada pela polícia.
Ainda conforme o delegado, a equipe de investigação recebeu informações de que antes de desaparecer, o investigado teria tentado apagar provas, e cooptar pessoas para depor em favor dele. “Ele estava buscando apagar filmagens, falar com pessoas para que se desfizesse das imagens”, completou o delegado.
Segundo a polícia, qualquer informação sobre a localização de Tiago Fontes pode ser feita, de forma anônima, pelo número 197. A ligação é gratuita. No caso de moradores do distrito de Roma, onde a criança desapareceu, em Bananeiras, a polícia informa que existe um canal direto pelo WhatsApp, para troca de informações, uma vez que não há rede de telefonia que funcione com ligações na região.
Identificação da casa
A Polícia Civil conseguiu chegar até a localização da casa de Tiago como o ponto de desaparecimento de Ana Sophia a partir do cruzamento de imagens de câmeras de segurança e de depoimentos de moradores da rua.
Conforme o delegado Aldrovilli Grisi, a polícia iniciou a investigação do desaparecimento refazendo os passos que a criança fez no dia 4 de julho de 2023. “Ela foi até a casa de uma amiga, às 12h34, e foi registrada saindo deste imóvel, por motivos alheios à vontade dela, e retornou para casa. Era comum da rotina dela fazer este trajeto, e às 12h36 é registrada a passagem dela em frente a um mercadinho, descendo a rua principal de Roma” explica.
Com esses dados, a polícia conseguiu traçar um ponto zero do desaparecimento, o trecho da rua. Ao ouvir moradores da região, os delegados conseguiram identificar que ela continuou a descer a rua, por cerca de 150 metros, exatamente no trecho onde fica a casa do investigado.
“Ela é vista por uma testemunha, uma amiga do colégio, no último ponto da rua, exatamente nos 15 metros que compõem a frente da residência do suspeito. Depois disso ela não é mais vista. Temos outras quatro testemunhas, que moram após a casa dele, que não a viram naquele dia”, diz Aldrovilli.
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