Publicado em: 14 set 2023

Médico que agrediu esposa se apresenta à polícia, fica em silêncio e é liberado

O médico de João Pessoa investigado por agredir a ex-companheira se apresentou nesta quarta-feira (13) à Delegacia da Mulher, foi interrogado e liberado em seguida. As câmeras de segurança do condomínio onde o casal morava registraram duas agressões, em 2022, em pelo menos duas ocasiões diferentes. A vítima denunciou o caso em agosto deste ano.

A delegada Cláudia Germana confirmou que o investigado esteve por volta das 9h da manhã na Deam Norte, foi interrogado, mas decidiu permanecer em silêncio, mesmo após de conceder entrevistas para emissoras e jornalistas. Ela explica que o médico foi liberado porque o caso não é um flagrante e cabe agora ao judiciário avaliar a prisão do investigado.

A defesa de João Paulo Casado afirma que o cliente nunca esteve foragido e acredita que a atitude impedirá um pedido de prisão preventiva. Segundo o advogado, ele segue cumprindo a medida protetiva.

De acordo com a delegada, a vítima compareceu ontem à delegacia e deu mais detalhes sobre como ocorreram as agressões, mas não deu detalhes sobre o caso porque as investigações seguem em segredo de justiça.

Entenda o caso

O diretor técnico do Complexo Hospitalar de Mangabeira, o Trauminha, em João Pessoa, está sendo investigado pela Polícia Civil por agressão contra a mulher. Segundo a delegada da Mulher Paula Monalisa, vídeos de 2022 mostram o médico João Paulo Souto Casado agredindo a ex-companheira, em pelo menos duas ocasiões diferentes. As imagens foram divulgadas no domingo (10) pelas redes sociais do site Paraíba Feminina.

Em um dos vídeos, gravado em abril do ano passado, é possível ver quando o médico está em um elevador com a vítima e uma criança. Nas imagens, é possível ver quando o suspeito puxa o cabelo da mulher e a empurra várias vezes, na frente da criança. Já em outras imagens, de setembro de 2022, a vítima é agredida com socos dentro de um carro.

Em entrevista ao Bom Dia Paraíba, na segunda-feira (11), a delegada Paula Monalisa explica que as imagens foram entregues à polícia, pela própria vítima, em agosto deste ano. “Ela procurou a delegacia e nos forneceu essas imagens. Ela também foi ouvida, com bastante riqueza de detalhes, e as medidas protetivas já foram solicitadas e deferidas pela Justiça. O inquérito está em andamento”, disse a delegada.

O condomínio onde foram registradas as imagens denunciou o caso à Polícia Civil 18 dias após a filmagem, em abril de 2022. Apesar da denúncia, a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) resolveu não investigar o caso, alegando que a vítima, à época, não queria representar contra o suspeito. Entendimento do STF, desde 2012, é de que casos devem ser investigados independentemente da vontade da vítima.




Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter

O que achou? Comente...