Publicado em: 4 maio 2023

Economista e especialista em Gestão Pública fala sobre a história do bairro de Mangabeira

A “cidade” de Mangabeira

Considero Mangabeira uma “cidade” que se instalou dentro de outra cidade, no caso, na nossa capital João Pessoa. Hoje o bairro completa os seus 40 anos de fundação. É a data oficial que foi abraçada por seus moradores e devemos respeitar a vontade deles. Coincide com a entrega do primeiro conjunto habitacional, o Mangabeira I, que foi edificado sob a gestão da CEHAP e que contava, à época, com 3.238 unidades. Casas com 1, 2 e 3 quartos edificadas em grandes lotes perfeitos para ampliação. As casas variavam entre 27 e 32 m2 de área construída.

Hoje o bairro conta com uma população próxima a 90 mil habitantes distribuídos em seu território de 1.100 hectares. O censo do IBGE que está sendo finalizado trará novos números em breve sobre a população capital e do bairro.

Se fosse uma cidade, Mangabeira seria a 6ª em população, só perdendo para João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos e Bayeux.

Com base nessa população estimada e mantendo o valor médio do PIB per capita de João Pessoa, a riqueza de Mangabeira seria em torno dos R$ 2,3 bi. Com esse PIB total, estaria na 3ª posição entre as cidades do Estado da Paraíba.

Pois bem, quando desembarquei aqui em João Pessoa para morar definitivamente, em junho de 1981, vim para assumir um cargo gerencial e fundar o extinto BNH (Banco Nacional da Habitação) e as obras do conjunto habitacional já estavam em andamento, num ritmo acelerado. Ainda em Recife (1980) participei do início das obras e aqui morando, vi de perto as paredes das casas sendo levantadas, as ruas sendo demarcadas e assim como as primeiras demarcações onde seriam construídas as primeiras e principais praças e o Mercado Público (o equipamento de maior importância para os moradores de lá) do bairro.

Ainda no BNH (que posteriormente desapareceu), como eu tinha uma aproximação muito forte com a diretoria do banco (época em que o saudoso Governador Antônio Mariz estava como diretor e tinha em seu gabinete o seu inseparável amigo e assessor paraibano Cláudio de Paiva Leite) consegui remanejar recursos orçamentários e financeiros das sobras de contratos para que Mangabeira fosse equipada com diversos outros equipamentos comunitários, pois um conjunto que já nascia grande não poderia ser privado de escolas, praças, mercados, delegacias e postos de saúde, principalmente.

Assim, com muita alegria e amor por esta terra, participei e testemunhei a entrega das 3.238 casas pelo governador Wilson Braga, na presença do Ministro do Interior Mário Andreazza e do presidente da CEHAP José Teotônio. Participei, ainda como técnico do BNH (órgão que foi extinto em novembro de 1986), da construção das demais etapas, especialmente o Mangabeira II (3.020 unidades), Mangabeira III e IV (2.000 unidades) e outros conjuntos como o Valentina de Figueiredo (4.401 unidades).

Bom, há quem diga que Mangabeira hoje tem o comércio mais pujante do nosso Estado e concordo, pois no bairro encontramos de tudo e em abundância: agências bancárias, pequenas, médias e grandes empresas, shopping de alto padrão, clínicas e hospitais. Casas de shows e de recepção. Igrejas e templos religiosos. Feiras e outros mercados públicos. Nada falta por lá. E muito território e muito comércio ainda a ser explorado.

Olhem, digo sem medo: Mangabeira é desejada e está pronta para receber “novos imigrantes”, para empreender e morar, pois a sua localização estratégica permite uma mobilidade em todos os sentidos da cidade, saindo para outros bairros ou em direção de outras cidades.

Tem vida (diurna e noturna) própria e seus moradores não precisam sair do bairro para encontrar a felicidade.

Há 40 anos atrás não imaginávamos que Mangabeira seria tão promissora assim. E o futuro ainda reserva muitas novidades.

Se fossemos considerar a origem de Mangabeira a partir da aquisição do terreno, seriam mais velinhas para apagar, pois a Fazenda Mangabeira foi adquirida nos anos 70 e as obras iniciadas em 1980. Mas como eu disse, devemos respeitar os moradores (em especial os desbravadores e as lideranças) que chegaram para ocupar com suas famílias as primeiras casas em 23 de abril de 1983 e acreditaram que ali era o início de uma longa jornada.

Muita coisa boa ainda vai acontecer em Mangabeira e espero continuar fazendo parte da sua história.

Feliz aniversário Mangabeira.

João Bosco F Oliveira – economista e especialista em Gestão Pública.




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