Publicado em: 14 maio 2014

‘Gente que nunca fez nada’ critica obra do São Francisco, diz Dilma na Paraíba

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A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta terça-feira (13) críticas sobre atrasos nas obras de transposição do rio São Francisco e disse que “quem nunca fez nada, desanda a cobrar”. A presidente realiza visita a estados do Nordeste para  vistoriar as obras do rio e deu a declaração em conversa com jornalistas em São José de Piranhas (PB).

A construção começou em 2007. O projeto de integração do São Francisco tem extensão total de 469 quilômetros e a estimativa é que 11,6 milhões de pessoas sejam atendidas com fornecimento de água em cidades do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

A previsão do governo federal, segundo o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, é que as obras fiquem prontas até dezembro do ano que vem.

“Acontece uma coisa engraçada no Brasil, não sei se vocês já notaram. Quem nunca fez, desanda a cobrar de quem fez. Então é isso que nós estamos assistindo. Gente que nunca fez quando pôde, cobrar de quem está fazendo quando pode”, criticou.

Ao comentar a oferta de água que a transposição vai proporcionar, a presidente fez uma comparação com o sistema Cantareira, que abastece a cidade de São Paulo. Para Dilma, a capital paulista passa por uma situação “difícil”. O nível da represa chegou a 8,6% nesta terça.

“O rio São Francisco é o rio que beneficia mais a população nordestina e que vai garantir uma diferença de qualidade, principalmente quando nós estamos vendo, hoje, uma situação muito, muito difícil sendo passada no estado mais rico da federação, que é São Paulo. É a falta de água na barragem da Cantareira, lá do reservatório da Cantareira”, disse.

Em seguida, Dilma elogiou o planejamento dos estados no Nordeste no que diz respeito a abastecimento de água. “Você veja que o Nordeste teve esse mérito. Ele teve essa consciência e esse planejamento. Não é de hoje que você faz isso”, pontuou.

Momentos mais tarde, já em Jati (CE), Dilma voltou a mencionar a situação do estado de São Paulo, ao dizer que, no Nordeste houve “previsão” e que lá nenhum líder foi “surpreendido pela seca”.

“Vejam vocês que o Brasil está passando por um período de estiagem e hoje, no Sudeste, nos estados mais ricos da federação, especialmente em São Paulo, estamos enfrentando uma seca de todas proporções. Mas lá não tem obra dessa proporção para garantir segurança hídrica”, disse.

Ela completou que os trabalhadores que participaram da obra deveriam estar de “queixo erguido” porque, segundo ela, a transposição vai mudar as “condições” para o Nordeste se desenvolver.

Agenda
A presidente Dilma Rousseff vai fazer nesta terça vistoria em trechos da obra de transposição do Rio São Francisco em cidades de Pernambuco, Paraíba e Ceará.

Primeiro ela vai passar pelas obras do Túnel Cuncas II, próximo a São José de Piranhas (PB) – segundo o Ministério da Integração, o túnel possui quatro quilômetros de extensão e foi concluído em março deste ano. Em seguida, a presidente vai visitar a barragem construída em Jati (CE), responsável por levar a água do rio São Francisco ao estado do Ceará.

A última vistoria de Dilma nesta viagem será em Cabrobó (PE), onde visitará a Estação de Bombeamento 1, responsável por levar a água do rio a localidades com altitude elevada. De acordo com o ministério, a etapa está 83,8% concluída.

De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o custo total previsto da obra de transposição é de R$ 8,2 bilhões e, até março deste ano, R$ 4,6 bilhões já haviam sido executados (valor sem correção monetária).

Cobranças
Na segunda-feira (12), em cerimônia na ciadade de Ipatinga (MG), Dilma também reclamou das críticas de cobranças feitas por conta de atrasos na execução do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. “Por que na hora de a gente fazer o acordo e passar os recursos todo mundo quer, e na hora de cobrar só nós somos cobrados? Que história é essa? Eu respondo pelos meus atos, mas não respondo pelos dos outros”, disparou.

O governo mineiro rebateu a crítica e disse em nota que a responsabilidade pela obra é do governo federal. Disse ainda que a obra não foi iniciada porque o DNIT – estatal ligada ao Ministério dos Transportes – ainda não liberou o projeto para o estado fazer a licitação.

Portal do Litoral PB
Com G1PB



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