Pesquisa avalia uso das redes sociais nas Prefeituras da Paraíba, apenas 11 obtiveram êxito
Uma pesquisa que resultou no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-Graduação em Mídias Digitais, Comunicação e Mercado do jornalista esperancense Rodolpho Raphael e que durou aproximadamente quatro meses, verificou e analisou a estrutura de comunicação governamental das prefeituras do estado da Paraíba na rede social “Facebook”, bem como, elas disponibilizam a informação e dialogam com a sociedade por meio do respectivo canal.
O jornalista defende a ideia de que as assessorias de imprensa passaram por um processo de metanóia, após a proliferação dos sites de redes sociais, fazendo com que houvesse um novo modelo de comunicação governamental e consequentemente a sociedade passasse a ser mais crítica onde os receptores acumulassem também a missão de se tornarem emissores possibilitando assim, uma nova perspectiva de comunicação entre o governo e os cidadãos.
Para o autor, os números encontrados se tornam alarmantes. “Fizemos um monitoramento de todas as redes sociais das gestões municipais, ao todo foram encontradas 115 páginas, no entanto, 34 delas estavam inativas e outras seis eram usadas como perfis pessoais, restando assim, apenas 75 Fan Pages, que se tornou o foco do nosso estudo,” afirmou.
Segundo Rodolpho, com os resultados foram formados três rankings, um com as páginas mais curtidas, o segundo com o desempenho dos munícipios a partir dos critérios metodológicos que foram estabelecidos, avaliando a periodicidade, estrutura visual, estrutura textual, interação e fidelização do público, podendo assim visualizar as principais deficiências das assessorias de imprensa que adotaram o uso da Fan Page. E finalizando o terceiro ranking com o Sistema de Classificação executado pelos próprios internautas que classificam a página, em ruim, razoável, bom, muito bom e excelente.
“A partir dos dados, nós identificamos primeiramente que a mesorregião que mais investe em assessoria digital é o agreste, com 32 municípios, seguido do sertão com 22, Borborema com 11 e Mata com 10; É preocupante, porque colocando tudo isso em porcentagem teria apenas 33,64% dos municípios que aderiram e utilizam ativamente as redes sociais” ponderou.
De acordo com o estudo, as cidades que mais se destacaram a partir do número de curtidas, estão João Pessoa (36.821), Campina Grande (8.083), Remígio (6.255), Lagoa Seca (5.554), Mamanguape (3.961), Catolé do Rocha (3.215), Alagoa Nova (3.057), Cabedelo (2.700), Guarabira (2.063) e Queimadas (2.045).
Na avaliação das assessorias, apenas 11 municípios conseguiram nota acima de (7,0). Na liderança aparece João Pessoa (9,0), seguido de Remígio (9,0) e Campina Grande (8,5). Ainda completa o Ranking: Catolé do Rocha, Patos, Riacho dos Cavalos e Santa Rita com nota (8,0), Caiçara (7,5), Lagoa Seca, Passagem e Pocinhos (7,0).
Para o jornalista, os resultados são reflexos de duas deficiências – a falta de consciência dos gestores municipais sobre a importância e funcionalidade de uma comunicação governamental, que resulta na falta de investimento em estrutura e profissionais capacitados para gerenciar as redes sociais e a assessoria como um todo, acarretando a falta de planejamento e de uma visão abrangente do que se passa ao redor da organização municipal.
“No fator falta de planejamento, conseguimos visualizar questões que se tornam preocupantes para a imagem do governo e respectivamente do gestor, dentre elas a poluição visual excessiva, estrutura textual com erros ortográficos, de acentuação, concordância verbal e nominal; fotos de péssima qualidade; títulos exagerados e em caixa alta; compartilhamento de informações externas ao invés da produção de conteúdos próprios; horários inconvenientes para as postagens; não periodicidade de postagens; não utilização das redes sociais como ouvidorias virtuais; pouca interatividade entre prefeitura x munícipe dentre outras que foram observadas,” diagnosticou.
O estudo fará parte do livro “Dialogando Comunicação: Discussões sobre Jornalismo, Marketing e Publicidade” com previsão de lançamento no segundo semestre de 2014, e que reunirá artigos de especialistas, mestres e doutores na área.
De acordo com Rodolpho, os resultados obtidos serão um elemento norteador e de grande relevância tanto para o ambiente acadêmico como também profissional e político. “O assessor de imprensa, por meio do conteúdo veiculado, fomenta a cultura participativa através da opinião da população que se tornam espécies de novos consumidores midiáticos. Assim, a comunicação se reorganiza em função da evolução dos conceitos e de novas demandas sociais, que envolvem o dinamismo, agilidade e mobilidade norteando assim, o fundamento deste novo modelo de comunicação que trata de buscar a democratização da informação nos mais diversos espaços políticos e sociais”, concluiu.
ASCOM
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