Dólar sobe para R$ 5,43 com temores sobre recessão nos EUA
Em mais um dia de turbulência nos mercados doméstico e internacional, o dólar voltou a superar R$ 5,40 e fechou no maior valor desde janeiro. A bolsa de valores fechou com leve alta, com ações de empresas varejistas compensando a queda de papéis de empresas exportadoras de commodities (bens primários com cotação internacional).
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (12) vendido a R$ 5,436, com alta de R$ 0,068 (+1,27%). A cotação chegou a abrir próxima da estabilidade, mas subiu logo após a abertura do mercado norte-americano, disparando durante a tarde, até fechar próxima da máxima do dia.
A moeda está no nível mais alto desde 24 de janeiro, quando tinha fechado a R$ 5,50. Com o desempenho de hoje, o dólar acumula alta de 3,98% em julho. A divisa ainda cai 2,41% em 2022. Desde quando chegou a R$ 4,60, no início de abril, o dólar subiu 18,06%.
No mercado de ações, o dia também foi tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 98.271 pontos, com alta de 0,06%. O indicador chegou a operar em alta durante a tarde, sustentado por empresas varejistas, mas a queda no preço de várias commodities empurrou para baixo ações de petroleiras e siderúrgicas.
Os investidores passaram a comprar dólares globalmente, antes da divulgação dos dados de inflação de junho nos Estados Unidos, previstos para saírem amanhã (13). Caso o índice venha maior que o previsto, aumentam as apostas de que o Federal Reserve (FED, Banco Central norte-americano) eleve os juros básicos em 0,75 ponto percentual na próxima reunião. Taxas mais altas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Outros fatores contribuíram para o pessimismo internacional, como o anúncio de novos lockdowns na China para conter a pandemia de covid-19. Como o país asiático é grande consumidor de commodities, a medida contribuiu para que a cotação do petróleo brent (usado nas negociações internacionais) caísse para US$ 99,49 o barril, no menor nível desde 11 de abril.
No Brasil, os investidores continuam atentos à votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que eleva benefícios sociais e cria auxílios para caminhoneiros e taxistas. Prevista para ser votada nesta noite na Câmara dos Deputados, a proposta tem impacto de R$ 41,25 bilhões no Orçamento da União deste ano.
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