Publicado em: 7 maio 2014Paralisação da Polícia Federal: agentes param nesta quarta-feira em JP, CG e Patos
Na manhã desta quarta-feira, 07, agentes, escrivães e papiloscopistas vão se reunir em frente às superintendências regionais e delegacias da Polícia Federal para um grande protesto, com faixas, cartazes e elefantes brancos infláveis e, com vendas nos olhos e mordaças, para alertar a população sobre a crise que o órgão enfrenta atualmente.
Em João Pessoa, seguindo manifestação Nacional, os protestos serão realizados a partir das 10h30 em frente ao prédio da Polícia Federal em Cabedelo. Nas cidades de Campina Grande e Patos também serão realizadas manifestações. Mantendo 30% do efetivo atuando, conforme a legislação de greves, cerca de 200 agentes em todo o Estado estarão participando dos protestos.
Sete de Maio é o dia do oftalmologista, especialista em problemas na visão. E nesta data, centenas de agentes federais em todo o país vão protestar com vendas nos olhos contra a gestão míope da segurança pública brasileira.
Os argumentos dos Policiais Federais:
O que fizeram com a Polícia Federal nos últimos anos: fronteiras desamparadas, aeroportos vulneráveis, burocracia que leva à impunidade, interferências políticas nas investigações, queda de produtividade, insatisfação dos servidores, índices alarmantes de doenças e suicídios e a queda absurda do combate ao crime organizado. Sete de Maio é dia de parar e enxergar o aumento da violência e da criminalidade em todo País. Não bastasse a necessidade de democratização das polícias brasileiras, o Ministro da Justiça do Governo Dilma, José Eduardo Cardozo, insiste em militarizar a Segurança Pública, ignora as recomendações da ONU e considera solução apontar tanques e fuzis para a população. Compete ao Ministério da Justiça iniciar a modernização das polícias brasileiras, e realizar o sonho de todos os policiais federais, civis e militares do país. Porém, Cardozo inventou um recrutamento de policiais chamado de Força Nacional. Um regimento que parece um cobertor curto, que para cobrir o peito descobre os pés, e não melhora as polícias, pois apenas retira policiais de um estado para trabalhar em outro. A gestão política das polícias brasileiras interfere em situações que podem ser prejudiciais ao governante. E quando os representantes trabalhistas dos policiais resolvem protestar, o antigo modelo de polícia se torna muito útil, e o aparato repressivo criado durante a ditadura militar é direcionado para os sindicalistas que denunciam as ilegalidades do sistema e são perseguidos. Nesse contexto, lembramos que Sete de Maio também é o dia do silêncio. E neste dia os agentes federais vão protestar contra o silêncio da repressão com mordaças, pois nosso modelo policial, herdado do Código Fascista italiano, foi projetado para perseguir e torturar criminosos políticos, sendo extremamente ineficiente e burocrático. Para os policiais federais, a péssima gestão da Segurança Pública arrasta a instituição para a ruína e conflitos internos. E se a Polícia Federal está em crise, o crime organizado comemora, e o cidadão comum se torna um alvo fácil nas garras de criminosos. Não propomos trem da alegria ou alteração da essência dos cargos. Queremos que a Constituição Federal seja cumprida, que o castigo do congelamento salarial dos últimos anos seja cessado, e que nossas atuais atribuições, já exercidas, sejam reconhecidas em Lei. Queremos que os gestores e chefes sejam escolhidos por critérios de eficiência e experiência, para que não se desperdice o caríssimo imposto pago pelo cidadão. E, finalmente, não toleramos mais as interferências políticas no trabalho policial, que deve atender somente ao interesse comum da Sociedade, na busca por justiça. Não desistiremos do que consideramos justo. Pois, país rico é país sem corrupção.
Portal do Litoral PB
Com Assessoria
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