Socioeducandos da Fundac participam de atividade cultural e aprendem gêneros musicais
Oito adolescentes que cumprem medidas judiciais no Centro Socioeducativo Edson Mota (CSE) foram selecionados para fazer uma oficina de Rap, Hip Hop e MPB, fruto da parceria entre a Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac) e a Fundação Sistêmica. A atividade cultural faz parte do projeto “Artes e Paixões” e levará a aprendizagem do gênero musical para os adolescentes uma vez por semana, por um período de dois meses.
De acordo com Jany Santos, agente cultural, cantora e coordenadora de Cultura da Sistêmica, a Fundação foi contemplada com o Prêmio João Balula, pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), com recursos da Lei Aldir Blanc 2021, que tem a finalidade de obtenção de incentivos por conta da pandemia da covid – 19. “Através desse apoio, podemos executar o projeto “Artes e Paixões” que desenvolve oficinas de música com foco em composição musical, elaboração de projetos e shows com os gêneros Hip Hop, Rap e MPB, no Centro Socioeducativo Edson Mota (CSE)”, afirmou.
“As ações do Projeto visam à identificação e valorização da produção artística já realizada pelos socioeducandos, o protagonismo juvenil, fortalecimento de vínculos interpessoais, familiares e sociais e a melhoria nas perspectivas de futuro dos adolescentes e jovens”, acrescentou a agente cultural.
Nilton Santos, coordenador de Esporte, Cultura e Lazer da Fundac, acredita que a Oficina atenderá aos anseios dos adolescentes no que diz respeito a uma atividade que une aprendizagem com diversão e se coloca como uma oportunidade de capacitação para o mercado cultural, uma vez que os participantes irão aprender também a escrever projetos de captação em cultura.
Waleska Ramalho, presidente da Fundac, lembrou ainda que, além desta oficina, a parceria com a Fundação Sistêmica vem preparando socioeducandos na área de informática e todo empenho parte de cidadãos voluntários que dedicam o seu tempo a dar aulas aos adolescentes. “Posso dizer que a parceria materializa sonhos que se unem para transformar vidas”, concluiu.
Lívio Lima, coordenador geral da Fundação Sistêmica, explicou que a Instituição é uma organização da sociedade civil, de interesse público, cuja missão é contribuir com o desenvolvimento humano e social, considerando o potencial dos talentos, experiências e recursos locais, numa perspectiva sistêmica, com vistas à formação de redes sociais e organizacionais para o fortalecimento da cidadania, da garantia de direitos humanos e da eficiência na gestão organizacional e comunitária.
“Em conversa com a presidenta Waleska, ficamos sabendo da necessidade de qualificação dos socioeducandos e, inicialmente, a parceria se deu na área de informática. Paralelamente a isso, apoiamos o projeto “Artes e Paixões” que nossa coordenadora de Cultura havia conseguido aprovar na Funjope, em edital da Lei Aldir Blanc, com objetivo de incentivar e valorizar o Rap/Hip-Hop já desenvolvido pelos adolescentes do CSE” detalhou Lívio Lima.
Segundo José Antônio Nunes, músico, professor de música e trabalhador voluntário da Fundação Sistêmica na implantação desse projeto, serão utilizadas dinâmicas específicas de socialização e metodologias adequadas sobre impostação da voz, da importância da leitura e da pesquisa de materiais relacionados aos seus “fazeres musicais”. “Além disso, buscaremos resgatar valores individuais de cada um e mostrar a importância das suas habilidades artísticas e da aquisição de conhecimento e suas possibilidades para novas oportunidades de inserção na sociedade e no meio artístico”, disse.
Para Waldir Victor, diretor do CSE, a oficina vai além de uma parceria, pois proporciona aos adolescentes uma certa liberdade dentro da internação, já que atribuem ao hip hop a construção da força das letras ampliando sua voz, e pode ser entendido como um espaço libertador e de grande potencial criativo. “Estamos confiantes que teremos várias composições dos adolescentes para apresentar”, finalizou.
A aula inaugural da oficina de Rap, Hip Hop e MPB aconteceu na última sexta-feira (11) e contou com a presença da diretora técnica da Fundac, Débora Santos; da coordenadora de Saúde Mental, Sheila Milene; do coordenador do eixo Esporte, Cultura e Lazer, Nilton Santos; do diretor do CSE, Waldir Victor; dos que fazem a Fundação Sistêmica e dos oito socioeducandos selecionados para participar da formação.
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