Publicado em: 11 out 2013

Homossexual acusado injustamente de assassinato pede retratação: ‘Quero minha vida de volta’

1381498566224-homossexualDariberto da Penha Lima, de 51 anos, afirma que foi acusado injustamente e agora pede retratação da mídia por ter sido acusado do assassinato de Raimundo José da Silva Júnior. De acordo com a advogada da família, Daniele Magalhães, da comissão de diversidade sexual da OAB, o homem estava apenas no local do crime e fugiu por medo de sua integridade física e foi tratado com excesso e homofobia por parte dos policiais.

O caso aconteceu no final de setembro e Dariberto chegou a ser detido e acusado de ser autor do crime. De acordo com a advogada, no inquérito que está sendo conduzido Dariberto e a irmão estão como testemunhas e não suspeitos. Eles serão testemunhas de acusação, vai encaminhar a denúncia e feita no nome do acusado.

A reivindicação maior é a retratação da mídia, já que segundo Dariberto, a exposição o fez fechar o salão. “Quero voltar a trabalhar, ter minha vida”, aponta.

Ainda segundo Daniele, os irmãos foram levados para a delegacia com excesso e abuso e o próprio delegado reconheceu que ele eles não eram acusados. “Eles estavam com o acusado no momento, mas fora isso, não sabiam de nada. Houve uma discussão entre o acusado e a vítima e a imprensa colocou Dariberto como autor”, reclama.

Para o presidente do Movimento do Espírito Lilás (MEL), Renan Palmeira, os policiais foram homofóbicos sim. “Primeiro por serem dois homossexuais, o estado de vulnerabilidade ficou mais claro, eles escutaram falas  homofóbicas quando foram expostos, se pegar o processo e os acontecimentos do começo ao fim, se percebe características de violação dos direitos humanos”, diz.

Palmeira pediu a retratação da mídia e o esclarecimento do caso. Ele comentou ainda que o conselho de direitos humanos vai se reunir para saber o que será feito das denúncias de violação por parte da ouvidoria e procuradoria.

Dariberto está pedindo retratação pública e quer esclarecer o fato. “Quero ter meu direito como tinha antes uma vida normal, voltar a trabalhar, abrir meu salão novamente”, conta. Ele contou que após o fato, o salão de cabeleireiro foi fechado, pois, segundo ele, estava sendo ameaçado.

A advogada explicou que a acusação recaiu sobre o homossexual porque ele estava com o acusado no momento do crime e fugiu do local. Ela explicou que, após ser detido, Dariberto ficou como testemunha na delegacia e esclareceu que ele não conhecia nenhum dos dois, nem acusado, nem vítima e que o crime foi motivado por desavenças com o dono do bar. Sobre a fuga, a advogada apontou que ele ficou temeroso de ser vítima de violência também.

 

Marília Domingues




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