Crianças da educação infantil em situação de vulnerabilidade serão contempladas com Movimento Abraçar
Não é só a produção de etanol, biomassa e açúcar que movimentam a rotina da Usina Miriri na Região Metropolitana de João Pessoa em plena safra, mas a vontade de contribuir na formação do caráter de crianças de 1 a 7 anos nas comunidades adjacentes da agroindústria. A empresa mantém uma escola com 100 crianças, um exemplo a ser seguido, através da implantação do Movimento Abraçar, e agora quer estender a iniciativa para mais 10 municípios da zona da mata paraibana, de forma gratuita, e com o apoio da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup).
Uma das etapas para a concretização dessa ferramenta pedagógica, aconteceu nesta quarta-feira (17), com a realização de uma videoconferência com gestores públicos. A apresentação do Movimento Abraçar foi apresentado aos representantes dos gestores públicos paraibanos pelo criador do projeto, professor Carlos Andriani
A videoconferência foi aberta pelo diretor presidente da Usina Miriri, Gilvan Morais Sobrinho que agradeceu a participação dos representantes dos gestores dos 10 municípios e destacou a importância de ajudar na formação das crianças de 1 a 7 anos. “Nossa preocupação é dá o melhor para as pessoas e disponibilizar essa ferramenta pedagógica para o entorno da usina”, destacou.
Para o professor Andriani, a metodologia da amorosidade na escola desde a creche, vem se destacando como idealismo da equipe executora na igualdade de oportunidades, pois a formação do caráter da criança se inicia no berço. “A criança sente e copia as atitudes dos adultos. Isto vai determinar a personalidade quando adulto, e isso é a base de uma nação e valores de uma sociedade”, destacou.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, o evento representou mais uma contribuição da Miriri Alimentos e Bioenergia para se ganhar tempo no acesso a melhores oportunidades desde a primeira infância, a fim de que as crianças amem estar na escola antes dos três anos.
Na opinião do dirigente do Sindalcool, a valorização do mundo interior da criança através da meditação vai levá-las a crescer com bons sentimentos, mais concentração e foco no desenvolvimento pessoal.
O QUE É – O Movimento Abraçar é uma metodologia pedagógica voltada para a formação ética e moral das crianças de 1 aos 7 anos, e aplicada em creches e nas salas de aulas da educação infantil, paralelamente ao conteúdo didático de cada série, por meio de conteúdos teóricos, mas também com prática da meditação.
A metodologia já foi implantada em vários municípios brasileiros, como Jaboticabal (case de sucesso), Uchoa e São José do Rio Preto em São Paulo, além de Cedros em Pernambuco, mais de dez municípios no Ceará, no entorno de Fortaleza. Os resultados foram a harmonia e redução de violência doméstica e ainda dos indicadores de criminalidade.
Para implantar o Movimento Abraçar o município ao fazer adesão à iniciativa, precisa ter um projeto de lei aprovado e para a execução não é preciso gastar sua verba pública, pois é oferecido em sistema de parcerias como a da Miriri Alimentos e Bioenergia.
O movimento foi desenvolvido pelo professor Carlos Andriani, que defende que o ser humano deve ser acolhido e estimulado a realizar a sua essência até os sete anos de idade, etapa em que se formam conexões neuronais. O projeto existe há 16 anos, e teve início em Campinas-SP com o atendimento de até 600 crianças na creche Monte Cristo, situada em um bairro violento e socialmente vulnerável.
Baseado nos cinco valores da essência humana (amor, paz, verdade, ação correta e não violência), tem o objetivo de educar seres humanos melhores e com capacidade para desenvolver todas suas qualidades positivas, tornando melhor a vida em sociedade.
O Movimento Abraçar é executado pela Associação Douglas Andreani (ADA) em homenagem ao pai do idealizador, Douglas Andreani que praticou filantropia na comunidade que viveu.
O movimento busca a união da sociedade para a transformação social a partir da criança e Andriani definiu como missão “contribuir para que os prefeitos garantam uma educação infantil universal e voltada para a formação do caráter das crianças com base nos valores humanos, o que se fará mediante lei municipal que preveja a preparação dos professores e um plano de atendimento de 100% da demanda em creches e pré-escolas”, adiantou, para garantir a igualdade de oportunidades.
Ao defender a metodologia para os alunos na infância, Andriani destacou que esta fase está diante de uma janela de oportunidade única para a formação do caráter que irá dirigir as habilidades e conhecimentos do adulto. “A formação dos valores antecede a fase de alfabetização da criança. O bebê nasce sem mente e com a capacidade de aprendizagem, de seleção de temas para colocar atenção. A rede neuronal vai se desenvolvendo a partir de uma base de 86 bilhões de neurônios e tem um pico de sinapses na fase dos três anos de idade”, defendeu.
Para o professor esta rede neuronal estará bem desenvolvida até a fase dos sete anos de idade, quando a criança já compara as situações vividas com relação às experiências boas ou ruins do passado. “Desta forma, na fase infantil, a criança guarda seus referenciais de vida com tinta de fogo, ou seja, com muita emoção e com pouca referência da racionalidade”, disse.
Participaram ainda da videoconferência, educadores da prefeitura de Jaboticabal que contaram com o apoio do então prefeito Perina, além de servidores da prefeitura de Campinas e outras cidades onde já foi implantada a metodologia do Projeto Abraçar.
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