Publicado em: 17 abr 2020

Fonoaudióloga do HU da Capital orienta sobre cuidados e riscos para voz

Muita gente ignora, mas cansaço, esforço para falar, voz fraca no fim do dia, rouquidão e dor na garganta são indícios de que há algo errado com a saúde vocal. O alerta é da fonoaudióloga Keila Albuquerque, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), vinculado à empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Neste 16 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial da Voz, a especialista aproveita para dar algumas orientações à população.

Celebrado no Brasil desde 1999, o Dia Mundial da Voz tem o objetivo de informar sobre a importância da voz humana para a promoção da saúde e conscientizar a população sobre sinais e sintomas que favoreçam o diagnóstico precoce de doenças, como o câncer de laringe, que podem comprometer a qualidade de vida e a própria sobrevida dos indivíduos.

A fonoaudióloga Keila Albuquerque destaca que todo mundo precisa cuidar da voz, pois é por meio dela que as pessoas se comunicam, transmitem sentimentos e emoções. “Se a voz estiver sendo produzida de forma inadequada, a comunicação não será eficiente. Além disso, a voz é identidade e representa cada indivíduo; as pessoas nos reconhecem por meio da nossa voz”.

Segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, qualquer dificuldade na produção da voz pode ser considerada um problema, como rouquidão, cansaço ao falar, voz fina ou grossa demais, fraca ou forte demais. Caso a pessoa apresente alguns desses sinais, deve procurar um médico otorrinolaringologista e, posteriormente, um fonoaudiólogo. “A voz rouca, por exemplo, pode indicar que a pessoa está com câncer de laringe. Se a pessoa permanecer rouca por mais de 15 dias, deve procurar um médico otorrinolaringologista para fazer exames e realizar o diagnóstico”, alerta a fonoaudióloga do HULW.

COMPORTAMENTOS QUE PODEM PREJUDICAR A VOZ

Entre os comportamentos que podem prejudicar a voz, a fonoaudióloga Keila Albuquerque cita pigarrear frequentemente, fumar, consumir bebidas alcóolicas, gritar e falar em um ambiente ruidoso com frequência, além de cantar fora do tom habitual da pessoa.

Se for alguém que utiliza a voz de forma profissional, como cantores e professores, também não é indicado ingerir comidas gordurosas à base de laticínios, como leite e chocolate, antes da atuação profissional. Café, chá e chimarrão também devem ser evitados, pois podem provocar ressecamento da mucosa e das pregas vocais. “De forma oposta, alguns alimentos são benéficos. É o caso da pera e da maçã, que auxiliam no processo de articulação e na melhor projeção da voz”, afirma a fonoaudióloga. 

Caso o indivíduo seja identificado com problemas na voz, deve iniciar o tratamento com um fonoaudiólogo. Esse é o profissional habilitado a desenvolver o tratamento das alterações vocais, por meio da reabilitação das funções vocais e orientando em relação à higiene oral e a como utilizar a voz adequadamente. Além disso, também atua na execução de um plano terapêutico voltado para as alterações específicas daquele indivíduo.

CUIDE DA SUA VOZ

  • Articule bem as palavras durante a fala;
  • Fale sem fazer força;
  • Beba bastante água e de forma regular;
  • Evite gritar, pigarrear e falar em ambientes ruidosos, competindo com o barulho;
  • Limite o uso do álcool e do fumo. O tabagismo prejudica a voz e, associado ao álcool, provoca câncer;
  • Atenção: remédios caseiros para melhorar a voz geralmente não dão resultados e podem irritar a sua garganta.

SEQUELAS DA COVID-19 NA VOZ

Provocada pelo coronavírus (Sars-CoV-2), a Covid-19 também pode deixar sequelas relacionadas à voz nos pacientes acometidos pela doença, principalmente em relação à intubação. “Pós-extubação, a voz poderá ficar rouca, devido a edema nas pregas vocais, ou soprosa (com ar), devido à paresia/paralisia de pregas vocais”, explica Keila Albuquerque.Conforme a fonoaudióloga do Lauro Wanderley, outras mudanças de voz também podem estar associadas a alterações respiratórias próprias do coronavírus.“Essas alterações serão incoordenação respiração-fala, redução do tempo máximo de fonação e intensidade vocal reduzida; isto é, a pessoa passar a falar mais baixo”, explica.

Assessoria de Comunicação




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