Redução do crescimento de acesso à internet pelo mundo
A expansão da internet a nível global tem reduzido drasticamente segundo novos estudos publicados no jornal The Guardian. Os dados mostram que esta invenção digital ainda está distante de alcançar inúmeras regiões mais pobres e isoladas do mundo, e não há certezas quando poderá a internet chegar a estas áreas. Com a revolução digital, milhões de pessoas por todo o globo ganharam acesso à internet, mas desde de 2015, a taxa a que o mundo tem tido acesso online tem descido, excluindo muitos de oportunidades de negócio e até mesmo auxílio na educação. Alguns dos países com a melhor conectividade online incluem Brasil, EUA e as grandes potências da Europa e Ásia.
Esta queda é descrita em análise dos dados da UN que serão brevemente publicados pela Web Foundation, uma organização criada por Sir Tim Berners-Lee, o mesmo criador da world wide web. Os dados recolhidos mostram que o crescimento do acesso à internet ao redor do globo caiu de 19% em 2007 para 6% em 2017.
Diretora de Pesquisa da Web Foundation, Dhanaraj Thakur, comentou que “o decréscimo da taxa de crescimento é preocupante. O problema é que ter pessoas conectadas e outras que não estão, cria desigualdade. Se não é parte, tem tendência a ficar em desvantagem.” Em 2014, a UN previu que metade do mundo já teria acesso à internet até 2017, mas com a velocidade de expansão a ser reduzida, não se espera atingir este marco até Maio de 2019, apenas a uns meses de distância de outro objetivo da UN para um desenvolvimento sustentável: acesso à internet a preços acessíveis para todos até 2020. É importante ter em conta para estes objetivos que a UN define como estar online ter acesso à internet a partir de qualquer aparelho eletrônico em qualquer lugar pelo menos uma vez a cada 3 meses.
Se as taxas de expansão de internet se tivessem mantido na mesma média de 11% que houve entre 2005 e 2017, haveria mais meio bilhão de pessoas conectadas à internet. Dos 3.8 bilhões de pessoas que ainda não têm ligação à internet, é alarmante saber que uma grande porção dessas pessoas são mulheres.
Para além desta porção da população mundial perder diversas oportunidades económicas, estas pessoas também são excluídas de diversos debates públicos que ocorrem na internet, de grupos sociais e de outros serviços governamentais como preenchimento de papelada relacionada com impostos ou com cartões de identificação. “Com as nossas atividades diárias a serem cada vez mais influenciadas pela era digital, a porção da população que se mantém offline é cada vez mais posta de lado.”
Especialistas indicam que é necessário conectividade mais barata e acessível para alcançar estas áreas mais remotas. Outros estudos realizados em 2012 pela Universidade de Califórnia mostraram que acesso à internet influencia crescimento económico – foi demonstrado que uma expansão das funcionalidades online em 10% tinha uma correlação com um crescimento de 1.35% do PIB.
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