Publicado em: 4 jun 2018

De volta, Neymar é decisivo para Seleção Brasileira

Foram 39 minutos de inquietação. De remexer-se no banco, roer unhas e cochichar com Filipe Luís. No período em que ficou apenas como espectador, durante o primeiro tempo do amistoso entre Brasil e Croácia, Neymar viveu a tortura de quem tinha certeza de que poderia ser útil em campo. Tanto que iniciou o aquecimento antes mesmo do intervalo e precisou de apenas um lampejo de genialidade na segunda etapa para consagrar o retorno aos gramados exatamente três meses após a cirurgia no pé direito. Em jogada de craque, com um golaço, mostrou que está de volta e pronto para ser decisivo pela Seleção na Copa.

A jogada do gol foi, de longe, a mais eficiente e representativa de Neymar em campo. O atacante finalizou ainda outras duas vezes, uma em chute colocado, mas fraco, e outra em cobrança de falta. Movimentou-se com moderação, principalmente quando a seleção brasileira estava sem a bola. Foi visivelmente cauteloso e guardou energia para o momento de brilho. Na vitória por 2 a 0, com outro gol de Firmino nos minutos finais, entregou muito além do esperado.

 

Até no banco Neymar quebra protocolos

 

A Seleção chegou a Anfield por volta de 13h30 (horário local), e logo após descer do ônibus Neymar procurou um dos seguranças para dizer que havia esquecido uma mochila no hotel, cena mostrada pelo canal SporTV.

Em vez de ir para o aquecimento com os companheiros, o atacante ficou no vestiário fazendo um trabalho de fortalecimento com a fisioterapia. Esta seria a primeira partida dele depois de três meses de recuperação da fratura no quinto metatarso do pé direito. De lá, postou uma foto do armário em que era possível ver que seu nome estava sobre o de Mohamed Salah, artilheiro do Liverpool na temporada. Seria uma inspiração muito bem vinda.

Neymar só deu as caras em público quando as equipes foram ao gramado para a partida. E com uma quebra de protocolo. Normalmente os reservas entram primeiro e se sentam no banco, aguardando dali a entrada das bandeiras dos países e dos titulares. Mas o craque, desacostumado com tal condição, só entrou depois de os 22 titulares estarem perfilados e se sentou ao lado de Filipe Luís. Lá, foi o único fora o goleiro Ederson a não usar um colete distribuído pela CBF. Na hora do Hino Nacional, cantou com a mão direita no peito.

Mesmo sentado, Neymar não parou um segundo no período em que ficou à beira do campo. A cada investida da Seleção ficava na ponta da cadeira, se debruçando. Vibrou com uma caneta de Coutinho e com ótima jogada de Willian. Num chute de Paulinho até se levantou. Também ficou de pé após falta sobre Gabriel Jesus e, de braços abertos, reclamou bastante. Sem chuteiras, só com meião, alongou-se quando o jogo ficou mais favorável à Croácia. Conversou brevemente com Tite e bastante com Filipe Luís, com quem se dirigiu ao vestiário aos 39 minutos.

 

Lance de genialidade e abraços de gratidão

Acabado do primeiro tempo, voltou brevemente a campo com o lateral e com Fred para aquecer com bola antes de ir mais uma vez ao vestiário. Devidamente vestido com a amarelinha, voltou ao gramado para voltar a jogar futebol após três meses afastado. Ganhou um abraço de Fernandinho, a quem substituiu, se benzeu e entrou em campo.

Os primeiros toques mostravam certo receio, uma readaptação em curso. A primeira finalização veio em uma sobra e terminou em defesa tranquila de Danijel Subasic. Pela esquerda, marcado por Versaljko, Neymar estava discreto. Pouco corria para abafar a saída de bola e sofreu duas faltas. Até ter o lampejo de craque.

Aos 23 minutos, recebeu passe rápido de Coutinho. Com dois toques se livrou de três marcadores e mandou para o gol. A bola ainda bateu na trave antes de balançar a rede. Na comemoração, mãos apontando para o céu em agradecimento e um soco no ar. O primeiro abraço foi em Rodrigo Lasmar, médico que o operou. O segundo, no preparador físico Rafael Martini. Depois foi a vez de Tite.

– Foi mais agradecimento. Não só Lasmar, como Rafa e Rica (o também preparador Ricardo Rosa). Estiveram 24 horas comigo. Um abraço como forma de agradecimento não só a eles, como a todas as pessoas que foram importantes para mim – disse.

Confiante, Neymar passou a se movimentar mais na frente. Tentou algumas arrancadas, deu um chute prensado e foi empurrado por um marcador na lateral da grande área – lance em que reclamou muito com o árbitro. Aos 41, cobrou falta à direita do gol croata. Comemorar mesmo, depois, só o gol de Firmino, já nos acréscimos. Trocou de camisa com Ivan Rakitic, ex-companheiro de Barcelona. Não precisava guardá-la. As melhores recordações deste 3 de junho o atacante leva com ele.

Globo Esporte

 




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