Saltador brasileiro que assumiu ser gay diz que país é homofóbico
O paraense Ian Matos, 24, tomou uma atitude corajosa no início deste ano. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o atleta de saltos ornamentais admitiu ser homossexual. Uma revelação suficientemente ousada para um jovem que havia acabado de chegar a uma nova cidade – ele assinou com o Fluminense, e por isso trocou Brasília pelo Rio de Janeiro –, mas ainda mais contundente para quem tem a visão que o saltador possui sobre a relação que os brasileiros têm com o tema.
“A maioria das pessoas fala que o esporte é um meio homofóbico, mas não só o esporte; o Brasil é um país homofóbico. Alguns amigos falaram que acham que pode acontecer [preconceito depois da entrevista], mas eu construí minha historia aos trancos e barrancos. Saí de Belém com uma mão na frente e outra atrás. Nunca tive patrocínio, nunca tive coisas grandes”, relatou Matos ao UOL Esporte.
O saltador vivia em Brasília desde 2007. A mudança para o Rio de Janeiro tem relação com um plano para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados na cidade. Desde a entrevista, a rotina de Matos não sofreu grandes alterações.
“Não mudou nada na minha vida. Eu digito meu nome no Google e aparecem coisas relacionadas à entrevista, e algumas pessoas mandam mensagens de apoio elogiando a atitude, mas não mudou nada. Continuo treinando normalmente. Não recebi prêmio ou oferta de patrocínio. Não recebi nada”, relatou o saltador.
Até por isso, Matos não espera que a orientação sexual produza grande impacto na rotina dele: “Eu acho que isso é uma coisa que marca, com certeza, mas eu não fui o primeiro nos saltos ornamentais. Não fico com medo, não. Brasileiro é um povo que não tem memória. Todo mundo esquece já”, afirmou.
No início de dezembro, em vídeo publicado no Youtube, o britânico Tom Daley, atleta dos saltos ornamentais, revelou que é homossexual. O atleta classificou o anúncio como uma decisão difícil, mas disse que gostaria que os fãs soubessem disso por ele.
Uol.com
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