Pesquisador paraibano é condenado a seis anos e meio de prisão na Rússia
Preso há nove meses na Rússia por tráfico de drogas, o pesquisador paraibano, que vivia no Recife, Eduardo Chianca foi condenado a seis anos e meio de prisão. A informação foi confirmada pelo Itamaraty neste sábado (13). Ele foi detido em Moscou em agosto de 2016 por carregar em sua bagagem quatro garrafas de ayahuasca, um chá utilizado em terapias e rituais religiosos.
O órgão disse ainda que estão sendo estudadas medidas que possibilitem a transferência de Chianca para o sistema penitenciário do Brasil, para que ele cumpra a sentença imposta pelas autoridades russas em solo brasileiro. “A Embaixada em Moscou continuará a prestar ao senhor Chianca Rocha toda a assistência consular cabível ao longo do período em que permanecer detido na Rússia”, disse o Itamaraty em nota.
Sem ver o marido desde que embarcou para a Rússia, a esposa Patrícia Alves diz que a decisão foi um milagre, tendo em vista o rigor da Justiça russa. “Estamos tristes porque queríamos um milagre maior, que seria sua absolvição, mas dentro da realidade essa penalidade foi um milagre. O juiz foi altamente complacente em dar essa penalidade porque esperávamos algo próximo a 17 anos de prisão ou, até, perpétua”, comenta, ao mencionar que a defesa ainda irá apelar.
De acordo com Patrícia, a luta, agora, é para trazer o pesquisador de volta para o seu país. “Expectativa é muito grande para que ele retorne para o Brasil. Essa será a segunda parte do milagre. Tivemos um apoio maravilhoso das autoridades brasileiras e está nas mãos do Brasil trazer Chianca para casa. Esperamos que se faça justiça e que a Rússia libere a sua volta”, completa.
A detenção ocorreu por causa da presença de dimetiltriptamina (DMT), uma substância encontrada na bebida e considerada ilegal pelas leis da nação estrangeira, mas aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela é uma substância com efeitos psicodélicos pertencente ao grupo das triptaminas, semelhante à serotonina. A DMT é o princípio ativo da ayahuasca e utilizada nos rituais do Santo Daime e da Jurema.
O pesquisador partiu para a Europa a convite de cientistas e estudiosos. Após passar pela Rússia, ele ainda faria palestras na Ucrânia, Suíça, Holanda e Espanha, de onde retornaria para o Brasil, no dia 17 de outubro do ano passado. Engenheiro eletrônico, Chianca abandonou uma carreira na área para se dedicar às terapias holísticas.
Em 2006, desenvolveu uma técnica que lhe rendeu reconhecimento internacional. A Frequência de Luz, como foi batizada, trabalha os diagnósticos a partir da leitura dos chacras e seu equilíbrio.
G1
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