PF explode portão de casa errada em GO durante ação contra tráfico; vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=ryHVSsUg8AA
Policiais federais que cumpriam mandados judiciais da Operação “Cavalo Doido”, deflagrada na madrugada deste sexta-feira (4) para desarticular uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, explodiram o portão da casa errada, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança do imóvel (veja acima).
Os policiais fortemente armados estavam em busca de um dos homens apontados como líderes da quadrilha. O vídeo mostra quando os agentes entraram no quintal e seguiram em direção ao quarto.
A dona de residência, a pensionista Cleibe Honorato, que mora no local com duas filhas, uma delas deficiente, conta que os policiais entraram em todos os cômodos em busca de pistas sobre o suspeito, mas não encontraram nada. Além do portão danificado, os policiais ainda quebraram janelas.
Cleibe conta que, após a invasão, os policiais a chamaram, pediram seus documentos pessoais e pediram desculpas, pois disseram que tinham cometido um erro. “Foi um engano que quase custou a minha vida e das minhas duas filhas”, contou ela, aos prantos.
A pensionista diz que quer uma explicação sobre os momentos de terror que foi obrigada a viver. “A única coisa que eu quero é uma resposta para essa agressão toda na minha casa, essa invasão de privacidade. Quem vai se responsabilizar por todos esses danos?”, questionou.
Em nota enviada à TV Anhanguera, a Polícia Federal destacou que “o endereço constava no mandado de busca e de prisão para pessoa de alta periculosidade e de grande importância do grupo investigado. O que deu ensejo a uma ação enérgica por parte do grupo tático”.
Operação “Cavalo Doido”
A Polícia Federal deflagrou a operação “Cavalo Doido” para desmantelar uma quadrilha que agia no tráfico internacional de entorpecentes, distribuindo drogas produzidas no Paraguai para os estados de Goiás, Pará, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. A suspeita é que o grupo tenha movimentado R$ 1 bilhão.
No total, a operação cumpre 81 mandados judiciais, sendo 21 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, 15 conduções coercitivas (quando alguém é levado para depor) e 34 mandados de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em Goiás e Mato Grosso do Sul.
Ao menos 25 pessoas foram presas em Goiás e Mato Grosso do Sul, segundo o delegado Bruno Gama, chefe da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal em Goiás. Ele não soube precisar o número de presos só em Goiás. Porém, durante a manhã 15 foram presos no estado.
Mais de 200 policiais participam da operação. No Paraguai também foi realizada a destruição dos plantios de droga nas fazendas de propriedades do grupo criminoso. Além disso, foram bloqueadas 80 contas bancárias.
Segundo o delegado Bruno Gama, dois líderes da quadrilha são de Goiás, incluindo o que foi preso em Anápolis, momentos depois da invasão na casa errada. “A investigação começou em maio de 2015, após uma grande apreensão de drogas no Mato Grosso do Sul, de mais de duas toneladas. A partir daí foi investigado quem era o grupo que mandava drogas para as cidades goianas. Identificamos toda a logística para a distribuição e identificamos que os dois líderes são do estado de Goiás”, destacou.
Segundo o delegado, desde o início da investigação, cerca de 10 toneladas de drogas atribuídas ao grupo foram apreendidas, além de armas de grosso calibre e carros de luxo.
“A maior parte maconha, mas também uma quantidade de cocaína, em pelo menos 12 flagrantes. Levamos esse tempo para identificar todo o esquema e alguns dos suspeitos chegaram a ser presos no decorrer dos trabalhos. No total, mais de 80 pessoas têm envolvimento com o grupo. Vários integrantes já têm passagens por tráfico”, destacou.
Gama não informou a identidade dos líderes do grupo, mas destacou que foram bloqueadas 80 contas bancárias dos envolvidos.
A PF explicou, ainda, que o método “Cavalo Doido” diz respeito ao modo de transportar os entorpecentes. Os veículos utilizados tinham bancos e acessórios arrancados e todo o espaço era ocupado com grande quantidade de drogas, sem qualquer tipo de disfarce. Carregado, o carro seguia em grande velocidade, sem paradas e sem respeitar qualquer tipo de sinalização ou autoridades públicas. O objetivo era evitar perdas e chegar o mais rápido possível ao ponto onde o entorpecente seria vendido.
G1
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