Publicado em: 11 out 2016Em alta com Tite, Brasil encara Venezuela em busca da liderança das Eliminatórias para Copa
Há pouco mais de um ano, a Seleção Brasileira deixava o gramado do Estádio Nacional de Santiago sob vaias depois de perder para o Chile, na estreia nas Eliminatórias Sul-Americanas. Em seguida, a equipe amargou resultados ruins, ficou fora da zona de classificação e ainda foi eliminada na primeira fase da Copa América, culminando na demissão de Dunga. Com Tite no comando, o astral é totalmente diferente e os resultados contribuíram muito para isso: três vitórias em três jogos. Pela primeira vez, o time verde-amarelo pode assumir a liderança destas Eliminatórias, caso vença a Venezuela hoje, às 21h30 (de Brasília), em Mérida, e o Uruguai tropece diante da Colômbia, em Bogotá.
Apesar de seu trabalho ainda estar no início, Tite vem sendo muito elogiado devido à postura tática de seus jogadores. Estreante em Eliminatórias, o gaúcho tem desempenho muito superior ao de seus antecessores. Em suas três primeiras partidas em 2001, por exemplo, o pentacampeão Luiz Felipe Scolari obteve apenas um triunfo (33,3% de aproveitamento). Em 1994, Carlos Alberto Parreira também só conseguiu vencer um dos duelos. Emerson Leão, em 2001, ganhou uma, empatou uma e perdeu outra. Vanderlei Luxemburgo (2001) e Dunga (2009) ao menos não foram derrotados nas três primeiras rodadas da competição – ambos conquistaram um resultado positivo e dois empates.
Tite afirma que jogar bonito é tão importante quanto conquistar os resultados satisfatórios: “É necessário ter um bom nível de atuação, pegar a bola e ir jogar, independentemente do que aconteça. Quando o resultado vem com bom desempenho, isso é muito forte, dá confiança ao grupo. Acho que, com 54% de aproveitamento, nós vamos nos classificar para a Copa. Mas é preciso ter um nível bom de desempenho”.
O treinador é a estrela numa equipe que estará sem Neymar, suspenso por causa do terceiro cartão amarelo. Em Natal, onde o Brasil goleou a Bolívia por 5 a 0, ele foi bastante exaltado pelos torcedores. No hotel da delegação, foi o mais procurado para fotos e autógrafos. “É injusto dizer que sou o maior responsável pela retomada dos resultados positivos. É um excesso de elogio. A idade me trouxe a lucidez para saber que trabalhamos em conjunto. É uma sequência de trabalho em que os atletas, a comissão e a torcida dão a condição de um grande jogo. Apenas faço parte disso”, afirma o comandante.
O Brasil fez ontem o único treino em Mérida. Foi uma atividade mais leve, já que os atletas estavam cansados. A viagem de Natal até a cidade venezuelana durou nove horas, com escala em Roraima – a aeronave precisou parar para reabastecimento. A equipe está definida. O volante Paulinho ocupa o lugar de Giuliano, depois de cumprir suspensão contra a Bolívia. E Willian será o substituto de Neymar, fazendo a função pela direita. Nesse caso, Philippe Coutinho mudará de lado, tal como atua no Liverpool. Oscar, que ficará na reserva, herdou a camisa 10 do atacante do Barcelona.
O atacante Gabriel Jesus, que já marcou três vezes na era Tite, entende que a força do grupo fará com que a Seleção não sinta a falta de Neymar: “A Seleção é muito coletiva hoje. Quando o coletivo aparece, o individual vai aparecer também. Temos de dar sempre preferência para o coletivo. Temos de jogar para o Brasil. Ninguém é protagonista. Temos de fazer o que a gente vem fazendo”.
MORAL BAIXO
Não bastasse o retrospecto ruim contra o Brasil – uma vitória, dois empates e 20 derrotas –, a Venezuela faz campanha inexpressiva, com 2 pontos. Por isso, o cenário não é muito otimista para esta noite. O técnico Rafael Dudamel espera ao menos repetir a atuação apresentada contra a Argentina, quando chegou a abrir 2 a 0 e empatou por 2 a 2, em Mérida. A equipe terá duas suspensões: o zagueiro Vizcarrondo e o lateral González.
Venezuela x Brasil
Venezuela: Hernández; Roseles, Ángel, Velázquez e Villanueva; Rincón, Figueroa, Juanpi e Guerra; Peñaranda e Rondón. Técnico: Rafael Dudamel
Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Fernandinho; Paulinho, Renato Augusto, Willian e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus. Técnico: Tite
Estádio: Metropolitano de Mérida
Horário: 21h30
Árbitro: Victor Carrillo (PER)
Assistentes: César Escano e Jonny Bossio (PER)
A primeira trinca
A sequência inicial dos últimos treinadores da Seleção nas Eliminatórias
Carlos Alberto Parreira (1993)
0 x 0 Equador (f)
0 x 2 Bolívia (f)
5 x 1 Venezuela (c)
44,4% de aproveitamento
Vanderlei Luxemburgo (2000/2001)
0 x 0 Colômbia (f)
3 x 2 Equador (c)
1 x 1 Peru (f)
55,5% de aproveitamento
Emerson Leão (2001)
1 x 0 Colômbia (c)
0 x 1 Equador (f)
1 x 1 Peru (c)
44,4% de aproveitamento
Luiz Felipe Scolari (2001)
0 x 1 Uruguai (f)
2 x 0 Paraguai (c)
1 x 2 Argentina (f)
33,3% de aproveitamento
Dunga (2007/2008)
0 x 0 Colômbia (f)
5 x 0 Equador (c)
1 x 1 Peru (f)
55,5% de aproveitamento
Tite (2016)
3 x 0 Equador (f)
2 x 1 Colômbia (c)
5 x 0 Bolívia (f)
100% de aproveitamento
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