Amante de 20 anos confessa que mandou matar milionário da Telexfree na Bahia
Uma jovem de 20 anos que, segundo a polícia, era amante do empresário Dorian da Silva Santos, um dos pioneiros da Telexfree na Bahia e que foi morto no município de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, foi levada para a delegacia e confessou ter planejado o crime contra a vítima. A informação foi divulgada pelo delegado Gustavo Coutinho, titular da Delegacia de Homicídios da cidade, que está à frente das investigações.
Segundo a polícia, a jovem, Daiane de Oliveira Dias, desde os 15 anos de idade tinha um relacionamento com o empresário, que era casado. “Ela confessou que planejou o crime contra ele, mas disse que queria apenas roubar o carro da vítima e que a inteção não era matá-lo. O empresário era casado, mas se encontrava com ela [Daiana] esporadicamente”, destacou o delegado, que informou que o veículo seria vendido por R$ 7 mil.
De acordo com a polícia, a mulher é natural de Salvador, mas morava com os pais em um povoado do município de Serra Preta, mesma cidade onde o empresário residia. A suspeita foi localizada pela polícia escondida na casa de uma avó, na Rua Graça Aranha, no bairro Campo Limpo, em Feira de Santana, após ser denunciada pelos dois homens presos pelo crime na noite de quarta-feira (20), Joanderson Menezes Lima e Davi Rios de Oliveira. De acordo com a Polícia Civil, os comparsas também alegaram que a jovem planejou o crime.
Daiane prestou depoimento por mais de 4h na delegacia e, em seguida, foi liberada. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita não ficou presa porque não houve flagrante e porque também não tinha mandado de prisão. A polícia, no entanto, já pediu a prisão preventiva da mulher.
Conforme o delegado, Daiane começou a ter um relacionamento com Davi, que também é conhecido na região pelo apelido de “Davi Gordo”, e contou ao comparsa que tinha um caso com o empresário. “Ela disse a ele que o empresário era bastante rico e, a partir disso, planejaram o assalto contra a vítima”, disse o delegado.
Conforme a polícia, a jovem e os dois comparsas teriam planejado o crime um dia antes de o empresário ser morto. No dia do homicídio, segundo a polícia, a mulher ligou para a vítima e marcou um encontro em um local onde funcionava o antigo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas proximidades do campus da Universidade Estadual de Feira de Santanax (Uefs).
Logo após os dois se encontrarem no local, ambos foram para uma casa alugada nas proximidades por um dos homens presos. No imóvel, Daniane e o empresário tiveram relação sexual e, quando estavam saíndo da residência, os comparsas da jovem anunciaram o assalto. A vítima foi rendida e encaminhada pelos suspeitos ao local do crime, no povoado do Caetano, no distrito de Humildes.
“Ela [a amante] chegou a ser amarrada com ele [a vítima] pelos suspeitos. Mas o empresário desconfiou que se tratava de uma armação. Foi então que os suspeitos ficaram com medo da vítima chamar a polícia e decidiram matar o empresário”, disse o delegado. O empresário foi morto com seis tiros na cabeça. Segundo a polícia, todos os disparos foram deflagrados por Joanderson, que estava com um revólver calibre 32.
Prisão de suspeitos
Os dois homens apontados como comparsas de Daiane foram presos na noite de quarta-feira (20). Depois do crime, Joanderson Menezes Lima e Davi Rios de Oliveira ficaram com o carro da vítima e utilizaram o veículo para realizar assaltos em Feira de Santana. Depois que uma denúncia anônima chegou à delegacia, a polícia montou um cerco para interceptar o veículo. Um terceiro suspeito estava com a dupla e foi preso, mas, segundo a polícia, não tem envolvimento no crime contra o empresário.
“Eles [os dois suspeitos] contaram que já conheciam Dorian, que ele tinha fama de milionário. Então fizeram a emboscada e praticaram o assalto, mas a vítima tinha apenas R$ 300 na carteira. Eles disseram que iam deixar ele amarrado em um armazém, mas quando ele tentou fugir, foi baleado”, contou o delegado Fabrício Alencar, que também acompanha o caso.
Com os homens foram apreendidos dois revólveres calibre 38, quatro cartuchos intactos e cinco deflagrados, quatro aparelhos celulares, uma foto do empresário assassinado, documento de um veículo modelo Pólo e folhas de cheques em nome do empresário.
Caso
Dorian da Silva Santos foi localizado com as mãos amarradas para trás e com várias marcas de tiros na cabeça, na terça-feira (19).
Em entrevista ao G1, o delegado Fabrício Alencar relatou que a vítima estava com amigos no centro de Feira de Santana, por volta das 15h, quando atendeu a uma ligação e depois “disse que iria sair para resolver algumas coisas”.
Cerca de uma hora e 30 minutos depois, a polícia foi procurada com a informação de que ele havia sido encontrado morto no distrito que fica a cerca de 20 quilômetros do centro da cidade.
“Ele estava com as mãos amarradas com um fio preto, tipo de cabo de celular. Tinha alguns sinais de tortura, alguns hematomas no rosto. Espancaram antes de matar”, detalhou o delegado. Quase sete horas após a localização do corpo, o celular da vítima foi encontrado às margens da BR-324, sentido Feira de Santana. O equipamento foi encaminhado para perícia. O celular da vítima foi encontrado abandonado em um trecho da BR-101, e a carteira com documentos pessoais achada no município de Alagoinhas,a cerca de 122 quilômetros de Salvador.
Segundo o delagado, Dorian da Silva era provável candidato à prefeitura de Serra Preta, a 65 quilômetros de Feira de Santana, e é conhecido na região por ter sido um dos primeiros representantes no estado da Telexfree, empresa que é investigada desde 2013, quando foi acusada pelo Ministério Público do Acre de realizar um esquema de pirâmide financeira sob o disfarce de empresa de marketing multinível. As atividades da empresa foram bloqueadas em 2013.
G1BA
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